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Cisto pilonidal

O cisto pilonidal é uma pequena bolsa na pele que se forma na região do cóccix, entre o final da coluna e o início das nádegas. Ele se caracteriza por uma lesão subcutânea que pode conter pelos, pele morta, glândulas e até secreção purulenta. Apesar de ser mais comum em homens, qualquer pessoa pode desenvolvê-lo, especialmente em áreas com atrito constante ou presença de pelos.

Embora muitas vezes assintomático em estágios iniciais, o cisto pode evoluir para inflamações dolorosas, inchaço e até infecções mais graves. Suas causas exatas ainda não são totalmente conhecidas, mas fatores como folículos pilosos inflamados e pelos encravados são frequentemente associados à sua formação. Entender os sinais e adotar cuidados simples pode ser essencial para evitar complicações e manter a saúde da região afetada.

Pontos-chave

  • O cisto pilonidal é uma bolsa na pele que ocorre frequentemente na região do cóccix, causada por fatores como pelos encravados e atrito constante.
  • Sintomas incluem dor, inchaço, vermelhidão e, em casos graves, saída de pus e formação de abscessos.
  • O diagnóstico é baseado em avaliação clínica, podendo incluir exames de imagem nos casos mais complexos.
  • O tratamento varia entre medidas, como drenagem de secreções, e técnicas cirúrgicas, incluindo opções modernas como a utilização de laser.
  • Práticas preventivas, como higiene adequada, controle de peso e cuidados com pelos, ajudam a reduzir o risco de desenvolver a condição.
  • A obesidade, sedentarismo e o uso de roupas inadequadas aumentam o risco de formação do cisto pilonidal.

O que é cisto pilonidal

O cisto pilonidal é uma condição que envolve a formação de uma cavidade ou bolsa na pele, geralmente localizada na região do cóccix, entre o final da coluna vertebral e a parte superior das nádegas. Essa cavidade pode conter elementos como pelos, pele morta e secreções de glândulas sebáceas e sudoríparas.

localização e áreas afetadas

A região mais frequentemente acometida é o sulco interglúteo, na região do cóccix. Entretanto, outras áreas do corpo como axilas, umbigo ou couro cabeludo também podem ser afetadas, especialmente em locais de maior atrito ou presença de pelos. A localização exata varia, mas há maior incidência em áreas com folículos pilosos inflamados.

características internas do cisto

Dentro do cisto, encontram-se frequentemente resíduos como pus, pelos e tecidos mortos. Em casos mais graves, podem formar fístulas, ou seja, tratos que conectam o cisto a um orifício externo na pele. Esse processo facilita a drenagem de pus e outras secreções, mas também pode causar inflamações recorrentes e complicações.

Principais causas e fatores de risco

Penetração de pelos

Uma das hipóteses para o surgimento de cistos pilonidais inclui a penetração de pelos soltos na pele. Esses pelos entram na camada subcutânea e são tratados pelo organismo como corpos estranhos. Esse processo desencadeia uma inflamação local que pode evoluir para a formação do cisto, frequentemente contendo pus, tecidos mortos e secreções.

Pelos encravados

Outra hipótese para o cisto pilonidal são os pelos encravados. Quando um pelo cresce para dentro da pele, ele pode desencadear inflamação e infecção no local. Dependendo da gravidade, a infecção pode se expandir, resultando em dor intensa e aumento do risco de abscessos ou fístulas.

Obesidade e sedentarismo

A obesidade e a falta de atividade física estão associadas a um risco maior de cistos pilonidais. O aumento do peso tende a intensificar a fricção e a pressão no sulco interglúteo. Essa exposição prolongada pode fomentar inflamações locais e aumentar a vulnerabilidade da região à penetração de pelos e formação de lesões.

Permanência prolongada sentada

A posição sentada por longos períodos, comum em atividades profissionais que exigem trabalho em escritório, computador ou direção, aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de cistos pilonidais. Essa postura mantém constante pressão e atrito na região do sulco interglúteo, criando um ambiente propício para a formação de lesões e inflamações locais.

Excesso de pelos grossos 

A presença de pelos grossos e abundantes na região do sulco interglúteo representa um fator de risco importante para o surgimento de cistos pilonidais. A densidade e a espessura desses pelos aumentam as chances de penetração e encravamento, facilitando o processo inflamatório e a possível formação de cistos.

Sintomas e complicações

Natureza assintomática

É importante ressaltar que nem todos os casos de cisto pilonidal se manifestam com sintomas evidentes. Em muitas situações, o cisto pode permanecer assintomático, passando despercebido durante longos períodos. Alguns indivíduos podem ter um cisto pilonidal sem experimentar dor, inchaço ou qualquer desconforto perceptível. No entanto, a ausência de sintomas não significa que o cisto não necessite de atenção médica, pois ele pode evoluir e desenvolver complicações se não for adequadamente diagnosticado e tratado.

Sintomas

Dor e inchaço

Você pode sentir dor na região do cóccix, especialmente ao realizar atividades diárias ou ao sentar. Essa dor é muitas vezes acompanhada de inchaço, refletindo a inflamação local.

Vermelhidão e inchaço

A área afetada pode apresentar vermelhidão e inchaço, indicando irritação ou inflamação. Esses sinais podem ser agravados em casos de infecção.

Saída de pus ou líquido

Quando há infecção, o cisto pode liberar pus ou líquido com mau cheiro. Isso ocorre por meio de pequenas fissuras na pele, aumentadas pela pressão do material purulento acumulado.

Pequenas fissuras

A presença de fissuras na pele pode ser observada na região do cisto. Elas costumam surgir devido à drenagem natural ou espontânea de secreções infectadas.

Dificuldade para sentar

A dor causada pelo cisto, combinada com o inchaço, pode dificultar significativamente o ato de sentar-se de forma confortável ou permanecer sentado por períodos prolongados.

Complicações

Infecção e abscesso

O cisto pilonidal frequentemente evolui para infecções, formando abscessos. Essas inflamações podem exigir drenagem cirúrgica, já que acumulam pus e tecido morto.

Febre

Embora menos comum, você pode apresentar febre em casos de infecção aguda. Esse sintoma indica inflamação exacerbada no organismo, necessitando de atenção médica para evitar complicações adicionais.

Como é feito o diagnóstico

Avaliação clínica

O diagnóstico de cisto pilonidal baseia-se principalmente na avaliação clínica. Durante a consulta, o médico examina a região do cóccix, buscando sintomas como dor, inchaço e inflamação. A presença de aberturas sinusoidais (pits) e sinais de drenagem de pus ou sangue são indicativos importantes dessa condição.

Sintomas observados

O exame clínico inclui a análise de sinais visíveis e palpáveis. Vermelhidão, calor local e secreções que saem dos orifícios são características frequentemente encontradas quando há inflamação. Em casos mais avançados, abcessos podem ser percebidos, indicando um estágio mais grave e possível necessidade de intervenção cirúrgica.

Exames de imagem

Exames de imagem ajudam quando a avaliação clínica não é suficiente ou quando o tratamento requer planejamento detalhado. Técnicas como ultrassonografia ou ressonância magnética são usadas para determinar o tamanho, extensão e possível formação de fístulas do cisto, possibilitando melhor abordagem terapêutica.

Tratamento do cisto pilonidal

O tratamento do cisto pilonidal depende da gravidade e fase da lesão. Ele pode ser clínico, para os casos menos complicados, ou cirúrgico, para resolução definitiva. Também existem abordagens modernas, como o uso de laser, que minimizam o tempo de recuperação e o desconforto no pós-operatório.

Drenagem de abcesso

O tratamento é indicado quando o cisto está infectado e forma um abscesso. Ele normalmente começa com a drenagem de secreções purulentas, realizada por meio de uma pequena incisão sob anestesia local. Além disso, antibióticos podem ser prescritos para tratar a infecção e prevenir novas acumulações de pus.

Apesar de aliviar os sintomas, essas medidas clínicas não eliminam definitivamente o cisto. O acompanhamento médico é essencial para avaliar a necessidade de um tratamento definitivo e evitar complicações futuras.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é usado especialmente para cistos inflamados ou que se tornam crônicos ou recorrentes. A cirurgia convencional envolve a abertura e curetagem do trajeto do cisto. Em alguns casos, a ferida pode ser fechada imediatamente ou deixada aberta para cicatrizar naturalmente.

Técnicas menos invasivas, como tratamento com laser ou procedimentos endoscópicos, permitem abordagens mais precisas e com menos dores no pós-operatório. Já operações maiores, com feridas abertas, apresentam tempos prolongados de recuperação, mas possuem taxas de sucesso mais altas.

Tratamento a laser

O tratamento a laser é uma abordagem moderna e minimamente invasiva.Ele cauteriza o cisto por dentro e destroi e colapsa sua abertura. A técnica proporciona menos dor e períodos mais curtos de afastamento das atividades habituais, sendo uma escolha frequente para casos iniciais e recorrentes.

Como prevenir o cisto pilonidal

Higiene adequada

Manter a área do cóccix limpa e seca reduz a possibilidade de infecções e acúmulo de bactérias. Lave a região diariamente com água morna e sabão suave, preferencialmente após atividades físicas. Evitar a umidade diminui o risco de proliferação bacteriana.

Escolha de roupas

Utilize roupas íntimas de algodão para permitir a ventilação da pele. Evite tecidos sintéticos e roupas apertadas que possam causar atrito ou pressão excessiva na região do cóccix. Essa prática limita irritações que podem desencadear o desenvolvimento de foliculite.

Controle dos pelos

Realize a depilação ou corte dos pelos na região sacrococcígea regularmente. Pelos encravados podem desencadear inflamações e aumentar a probabilidade de formar um cisto. Vale priorizar métodos que evitem traumas na pele, como depilação a laser ou lâminas específicas.

Modificação de hábitos posturais

Evite permanecer sentado por longos períodos. Se necessário, utilize almofadas ortopédicas que aliviem a pressão sobre o cóccix. Pausas regulares para caminhar ajudam a diminuir o impacto contínuo na região.

Controle de peso

Manter o peso corporal adequado conforme a altura e idade reduz a pressão e o atrito na área do sulco interglúteo. A obesidade é um dos fatores de risco para o cisto pilonidal devido ao aumento de dobras cutâneas e atrito local.

Seguindo estas práticas, você minimiza as chances de desenvolver cistos pilonidais ou agravar os existentes.

Cisto pilonidal pode ser câncer?

O cisto pilonidal é uma formação geralmente benigna que ocorre na base da coluna, próximo ao cóccix. Ele pode ser causado pela entrada de pelos na pele, formando uma cavidade que pode infeccionar. Geralmente, trata-se de uma condição benigna e não tem relação com o câncer.

No entanto, em casos raros e quando o cisto permanece por muito tempo sem tratamento, especialmente se houver inflamações recorrentes ou feridas crônicas na região, existe a possibilidade de desenvolvimento de um carcinoma escamoso, um tipo de câncer de pele.

Se você tem um cisto pilonidal que não cicatriza, apresenta alterações na aparência, como aumento rápido ou feridas persistentes, é fundamental consultar um médico. A remoção cirúrgica e o acompanhamento adequado garantem o diagnóstico precoce de qualquer complicação e ajudam a prevenir problemas mais graves.

Data de publicação: 27/12/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930