Dia Nacional da Imunização – 9 de junho
O Dia Nacional da Imunização foi criado para ressaltar a importância das vacinas na proteção de doenças imunopreveníveis, como uma ação individual e coletiva.
Por que a vacinação é importante para pacientes com câncer?
Você, com certeza, já deve ter ouvido falar que as “vacinas salvam vidas”. No caso de pacientes com câncer, elas protegem contra determinadas infecções, mas podem, também, representar riscos, já que alguns medicamentos oncológicos tendem a gerar enfraquecimento do sistema imunológico durante um determinado período.
Por isso, antes de tomar qualquer vacina, o paciente em tratamento ativo precisa conversar com seu médico e conhecer algumas informações importantes sobre os imunizantes.
Quem faz quimioterapia ou está em situação de imunodepressão não deve, como regra geral, vacinar-se. A quimioterapia, que serve para matar as células do câncer, tem como efeito colateral a diminuição das defesas do próprio indivíduo. Assim, esses pacientes podem ficar mais vulneráveis a infecções.
Crianças que estão em tratamento contra o câncer e pacientes transplantados também merecem atenção especial. Os medicamentos usados no tratamento atuam na imunossupressão e os efeitos colaterais nesse grupo podem ser muitos severos, com risco de complicações graves.
Conhecendo mais sobre as vacinas
As vacinas aprovadas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) são seguras e passaram por testes rigorosos antes de chegar aos postos e clínicas.
Elas são produzidas a partir destes mesmos microrganismos vivos, mas enfraquecidos (vacinas atenuadas), ou mortos (vacinas inativas).
Vacinas inativas
Os imunizantes inativos são produzidos com bactérias ou vírus mortos, ou apenas partes do agente infeccioso. Os componentes dessas vacinas são têm como função reduzir o risco de infecção e estimular o sistema imune a produzir anticorpos, de forma semelhante ao que acontece em nosso organismo.
Por isso, essas vacinas são consideradas seguras para todas as pessoas com doenças crônicas ou com o sistema imune debilitado, como os pacientes oncológicos, que não estejam em tratamento quimioterápico ou por qualquer terapia imunossupressora.
São exemplos: tétano, difteria, alguns subtipos de influenza, hepatite A, hepatite B, HPV, raiva, poliomielite injetável (VIP), pneumococo e meningococo.
Em algumas situações, por conta de uma possível resposta protetora vacinal menos eficiente, como nas alterações de imunidade, pode ser necessário um esquema diferente do usual. O paciente deve seguir as recomendações médicas e das autoridades de Saúde.
Vacinas atenuadas
Este tipo de imunizante é produzido com bactérias ou vírus vivos enfraquecidos, porém sem capacidade de produzir a doença. No entanto, eles requerem atenção especial no caso de pessoas com o sistema imune debilitado por enfermidades como o câncer ou por tratamentos, como no caso de pacientes transplantados.
O uso de vacinas atenuadas pode gerar risco de desenvolvimento de doença em pessoas com problemas de imunidade. Assim, nenhuma vacina atenuada deve ser aplicada em pacientes com câncer.
São exemplos destes imunizantes: sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, herpes zoster, poliomielite oral, rotavírus e BCG.
Portanto, sempre converse com a equipe de saúde para obter orientações e tirar dúvidas sobre qual vacina tomar e em que momento.
Vacina contra a gripe
A vacina contra a infecção do H1N1 é feita a partir de vírus morto e pode ser utilizada por pessoas com câncer. A literatura médica mostra que pacientes com câncer hematológico apresentam boa capacidade de gerar resposta imunológica satisfatória contra o vírus do H1N1 quando comparados aos que não receberam vacina.
A imunização contra o coronavírus
Todos os pacientes oncológicos receberam indicação para se vacinar contra o coronavírus. No entanto, como no caso da gripe, dependendo do grau de evolução do câncer, a resposta pode ser menor, mas não há contraindicação.
Vacina contra HPV protege contra o câncer
O HPV (Human Papiloma Virus) é a infecção sexualmente transmissível mais comum, considerada a principal causa de câncer de colo do útero, além de ser fator de risco para tumores de pênis, vulva, canal anal e orofaringe.
A vacina contra o HPV é a maneira mais eficaz para evitar estes tipos de câncer. Hoje o Sistema Único de Saúde, o SUS, disponibiliza a imunização contra o HPV gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos, dentro das faixas etárias em que a vacina tem maior eficácia.
No fim de 2022, atenta a essas demandas, a equipe do Instituto Vencer o Câncer lançou uma campanha para estimular a vacinação contra o HPV aqui no país.
Saiba mais sobre assunto – Campanha do Instituto Vencer o Câncer com a Ogilvy Brasil fala sobre pais superprotetores para incentivar a vacinação contra o HPV
Fontes: Ministério da Saúde; Guia de Vacinação do Paciente Oncológico – SBOC/ SBIM; Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos; Instituto Vencer o Câncer. Pesquisa realizada em 2022.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.