Por Dr. Breno Gusmão
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Linfoma, em 15 de setembro, é uma data voltada para a informação sobre este tipo de câncer que afeta o sistema linfático, parte fundamental do sistema imunológico (de defesa do organismo).
Esse sistema é composto por uma rede de vasos, tecidos e órgãos que produzem e transportam linfócitos (um tipo de glóbulo branco) pelo corpo para combater infecções e outras doenças. Os linfomas surgem, então, quando linfócitos sofrem mutações genéticas que os fazem se proliferar de maneira descontrolada.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que mais de 15 mil brasileiros recebem o diagnóstico de linfomas aqui no país, anualmente.
Tipos de linfomas
Existem dois tipos principais de linfomas: Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfoma não-Hodgkin (LNH). Este último pode ter vários subtipos de linfócitos (linfócitos B,T, NK e entre eles mais subtipos).
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Linfoma de Hodgkin (LH):
Este tipo é caracterizado pela presença de células grandes e anormais chamadas células de Reed-Sternberg. O LH é relativamente raro, mas apresenta uma alta taxa de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente.
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Linfoma não-Hodgkin (LNH):
o LNH é um grupo mais diverso de linfomas que não envolvem as células de Reed-Sternberg. Ele inclui tanto formas indolentes (de crescimento lento) quanto formas agressivas, que se desenvolvem rapidamente e necessitam de tratamento imediato.
Os sintomas podem variar dependendo do tipo e do estágio da doença, mas conhecê-los é parte essencial para que a busca de ajuda médica seja feita em tempo adequado. Eles incluem:
- Inchaço indolor dos linfonodos (especialmente no pescoço, axilas ou virilha)
- Febre persistente
- Suores noturnos
- Perda de peso inexplicada
- Fadiga extrema
- Coceira generalizada
O diagnóstico do linfoma geralmente envolve uma combinação de exames físicos, testes de imagem (como tomografia computadorizada e PET-scan), exames de sangue e uma biópsia do linfonodo afetado. A biópsia, inclusive, é fundamental para determinar o tipo exato de linfoma e guiar o plano de tratamento. O estadiamento da doença é feito por exames de imagem, como o PET-Scan.
O linfoma tem cura!
O tratamento do linfoma depende do tipo, estágio e características do paciente. As principais abordagens incluem quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e transplante de medula óssea autólogo. A CAR-T Cell, terapia inovadora e revolucionária, também vem mostrando resultados impressionantes em pacientes com alguns tipos de linfomas não Hodgkin B que não responderam ao tratamento padrão.
O prognóstico para pacientes com linfoma varia. Os linfomas de Hodgkin geralmente têm um prognóstico favorável, com taxas de cura altas. No entanto, os linfomas não-Hodgkin podem ter desfechos mais variáveis, dependendo do tipo específico e da resposta ao tratamento.
Breno Gusmão é Hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.