Última atualização em 15/07/2019
O British Medical Journal, um dos mais conceituados periódicos científicos, acaba de anunciar um novo alerta para médicos e pacientes, lembrando que a atividade física não tem sido recomendada aos pacientes com câncer de intestino, apesar de claramente associada a melhores taxas de sobrevida e a menores riscos de recidiva da doença. Mais de dois terços (69%) dos pacientes com câncer de intestino dizem que não foram aconselhados a se exercitar regularmente após o diagnóstico, como mostra estudo da Cancer Research UK publicado no British Medical Journal.
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A pesquisa britânica é o maior trabalho já realizado sobre o assunto e considerou mais de 15 mil pacientes com tumores colorretais. O estudo buscou identificar se os pacientes foram aconselhados por seus médicos a se manterem fisicamente mais ativos após o diagnóstico, assim como questionou o nível de atividade física. Apenas um terço dos pacientes entrevistados (31%) disseram que foram aconselhados a fazer atividade física durante o tratamento do câncer colorretal.
Na análise do estilo de vida, 22% dos pacientes da amostra pesquisada fizeram a quantidade recomendada de cerca de duas horas e meia de atividade física por semana; quase metade dos pacientes (45%) fez algum exercício, mas um terceiro subgrupo de pacientes não realizou nenhum tipo de atividade. Mulheres, pacientes mais idosos e aqueles de áreas mais carentes foram menos propensos a referir o aconselhamento para a adoção de novos hábitos de estilo de vida e a prática regular de exercícios físicos.
Para Abi Fisher, pesquisador senior do Cancer Research UK, a pesquisa sugere que o aconselhamento sobre a importância da atividade física não assumiu ainda a dimensão necessária, o que abre importante caminho para que a comunidade médica discuta com seus pacientes o papel de uma rotina de exercícios no câncer de intestino. “Temos a expectativa de aumentar o número de profissionais de saúde que promovem a atividade física entre seus pacientes e precisamos encontrar maneiras simples e eficazes para dar este importante conselho”, propõe.
Atualmente, vários estudos na literatura científica mostram que a atividade física é segura e benéfica para a maior parte dos pacientes em tratamento do câncer de intestino. A prática de exercícios está ligada a melhor sobrevida e a menores taxas de recorrência da doença. Também ajuda a reduzir a fadiga relacionada ao tratamento do câncer, auxilia na depressão e ansiedade, e contribui para promover uma melhor qualidade de vida.
Referência
Recall of physical activity advice was associated with higher levels of physical activity in colorectal cancer patients