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Plaquetas baixas

Plaquetas baixas ocorrem quando a contagem dessas células fica abaixo de 150 mil por microlitro de sangue, condição chamada trombocitopenia. Essenciais para a coagulação, sua redução pode resultar em hematomas, sangramentos nas gengivas ou nariz e manchas vermelhas ou roxas na pele, a depender dos níveis de plaquetas. As causas incluem produção insuficiente na medula óssea, destruição excessiva das plaquetas ou seu aprisionamento pelo baço, aumentando o risco de hemorragias. Identificar os sintomas e buscar atendimento médico é essencial para prevenir complicações.

Pontos-chave

  • Plaquetas são essenciais para a coagulação: Fragmentos celulares que controlam sangramentos, evitando perdas excessivas de sangue. Níveis normais variam entre 150.000 e 450.000/mm³.
  • Plaquetas baixas significam trombocitopenia: Contagem inferior a 50.000/mm³ pode causar hematomas, sangramentos espontâneos e eleva o risco de hemorragias internas.
  • Principais causas envolvem doenças e infecções: Problemas na medula óssea, no fígado, doenças autoimunes, infecções virais, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico e efeitos de medicamentos podem reduzir as plaquetas.
  • Sintomas incluem sangramentos e manchas: Sangramentos nasais, gengivais, hematomas e petéquias (pontos vermelhos na pele) são sintomas frequentes.
  • Diagnóstico exige avaliação médica: Exames clínicos e laboratoriais, como hemograma completo, são fundamentais para identificar a gravidade e a causa das plaquetas baixas.
  • Tratamento varia por gravidade: Inclui suplementação, medicamentos direcionados, transfusões de plaquetas e controle da causa subjacente, como infecções ou condições autoimunes.

O que são plaquetas e sua função?

As plaquetas, também chamadas de trombócitos, são fragmentos celulares especiais presentes no sangue. Elas são produzidas pela medula óssea e desempenham um papel essencial no processo de coagulação sanguínea. Apesar de não serem células completas, sua estrutura contém componentes especializados para atuar de forma eficiente na prevenção de hemorragias.

Quando ocorre uma lesão nos vasos sanguíneos, as plaquetas se acumulam no local do ferimento e ajudam a formar um coágulo sanguíneo. Esse coágulo impede a perda excessiva de sangue e é visível como a casquinha em feridas externas.

O nível normal de plaquetas no sangue varia entre 150.000 e 450.000 células por microlitro. Quando os valores estão dentro desse intervalo, as funções da coagulação e cicatrização geralmente são realizadas de maneira adequada. Alterações nos níveis, como na trombocitopenia, podem comprometer essas funções e causar sangramentos prolongados.

A membrana das plaquetas é fundamental para sua ação. Ela permite o reconhecimento e a adesão às paredes dos vasos lesionados, iniciando o processo de coagulação. As plaquetas, assim, funcionam como uma barreira imediata, protegendo o organismo de perdas sanguíneas maiores enquanto o tecido é reparado.

O que significa plaquetas baixas?

Plaquetas baixas, ou trombocitopenia, acontecem quando o número de plaquetas no sangue fica abaixo de 150.000 células/mm³. Os valores normais variam entre 150.000 e 450.000 células/mm³. A redução, especialmente em contagens abaixo de 50.000/mm³, pode prejudicar a coagulação, aumentando o risco de hemorragias e dificuldades para estancar sangramentos.

Importância das plaquetas na coagulação

Plaquetas são fragmentos celulares produzidos na medula óssea, essenciais à coagulação. Elas reagem a lesões dos vasos sanguíneos, formando coágulos que evitam perdas excessivas de sangue. Quantidades inadequadas comprometem esse processo, deixando seu organismo mais vulnerável a hemorragias internas e externas.

Gradação de trombocitopenia

A trombocitopenia é classificada em graus: leve (100.000-150.000 células/mm³), moderada (50.000-99.000) e grave (menos de 50.000). Os casos graves apresentam maior risco de sangramentos, como hemorragias na gengiva ou nariz, manchas roxas ou pintas vermelhas na pele e até mesmo vômitos com sangue ou fezes sanguinolentas. Contagens muito baixas (<20.000) podem resultar inclusive em hemorragia cerebral, exigindo intervenções médicas imediatas.

Necessidade de avaliação médica

Plaquetas baixas podem ser causadas por fatores como doenças da medula óssea, no fígado, infecções, condições autoimunes ou efeitos colaterais de medicamentos. Identificar a causa é essencial para o tratamento correto. Sempre procure acompanhamento médico para avaliar os sintomas, prevenir complicações graves e proteger sua saúde.

Principais causas de plaquetas baixas

As plaquetas baixas, ou trombocitopenia, têm origem em diversas condições que reduzem a produção ou aumentam sua destruição no organismo. Essas causas podem ser agrupadas em três categorias principais: doenças ligadas à medula óssea, infecções e condições de saúde, e o uso de medicamentos.

Doenças ligadas à medula óssea

As doenças que afetam a medula óssea frequentemente causam uma produção insuficiente de plaquetas. Leucemia, anemia aplásica, síndrome mielodisplásica e fibrose medular restringem a capacidade do corpo de formar células sanguíneas saudáveis. Além disso, tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem danificar a medula óssea, reduzindo as contagens plaquetárias.

Condições como deficiências nutricionais, especialmente de ácido fólico e vitamina B12, também podem impactar nos níveis de plaquetas. Cânceres da medula óssea, como leucemias e linfomas, infiltram a medula, contribuindo para a baixa contagem de plaquetas.

Infecções e condições de saúde

Infecções virais, como dengue, HIV, hepatite C, zika e varicela, podem destruir diretamente as plaquetas ou suprimir temporariamente a medula óssea. Infecções bacterianas, incluindo Helicobacter pylori e leptospirose, também foram associadas à trombocitopenia. Doenças autoimunes, como lúpus e púrpura trombocitopênica imune (PTI), podem aumentar o consumo ou levar o organismo a atacar suas próprias plaquetas, resultando na redução de seus níveis. Cirrose é outra causa frequente de diminuição dos níveis de plaquetas no sangue.

O aumento do tamanho do baço (esplenomegalia) pode reter plaquetas em excesso, diminuindo sua circulação no sangue. Fatores hereditários e a exposição a substâncias tóxicas, como químicos industriais e álcool, também estão ligados à destruição ou produção insuficiente de plaquetas.

Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem causar trombocitopenia, especialmente anticoagulantes, como a heparina, que pode desencadear uma reação imunológica contra as plaquetas. Anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes e antibióticos também estão entre os fármacos associados ao problema. Além disso, quimioterápicos interferem diretamente na produção de células sanguíneas pela medula óssea, podendo reduzir as plaquetas de forma significativa.

Sintomas de plaquetas baixas

Reduções leves nos níveis de plaquetas não costumam causar sintomas. Quando a contagem de plaquetas no sangue está abaixo de 50.000 células/mm³, podem surgir sinais evidentes relacionados à dificuldade do organismo em controlar sangramentos.

Manifestações hemorrágicas

  • Sangramento nasal e gengival: Você pode apresentar sangramentos frequentes ou espontâneos pelo nariz e nas gengivas, devido à baixa capacidade de coagulação.
  • Hematomas e equimoses: A formação fácil de manchas roxas na pele ocorre mesmo sem traumas significativos.
  • Petéquias: Pequenos pontos vermelhos ou roxos podem aparecer na pele, indicando um vazamento de sangue sob a superfície.

Outros sinais associados

  • Sangue em urina e fezes: Episódios de urina avermelhada ou fezes escurecidas podem ser causados por sangramentos internos.
  • Menstruação intensa: O fluxo menstrual pode se tornar mais abundante ou durar mais tempo que o habitual.
  • Vômitos com sangue: Em casos graves, sangramentos gastrointestinais podem resultar no aparecimento de sangue no vômito, exigindo atenção médica.

As alterações descritas são indicativos de trombocitopenia, podendo variar de leves a graves, conforme a diminuição das plaquetas.

Diagnóstico de plaquetas baixas

O diagnóstico de plaquetas baixas combina análise clínica, exame físico e exames laboratoriais. A redução na contagem de plaquetas, conhecida como trombocitopenia, pode ser identificada precocemente ao examinar sintomas específicos e confirmar o quadro por meio de exames.

Avaliação clínica e exame físico

Reduções leves nos níveis de plaquetas não costumam causar sintomas. Em reduções mais graves, os sintomas de plaquetas baixas geralmente envolvem alterações evidentes no corpo. Você pode notar hematomas frequentes, manchas vermelhas (petéquias) ou arroxeadas na pele, sangramentos nasais e gengivais persistentes ou até mesmo  sangue em urina e fezes ou menstruação intensa. Relatar esses sinais ao médico auxilia na investigação clínica, complementada por observação no exame físico. 

Exames laboratoriais

  • Hemograma completo: Verifica a contagem de plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos. Níveis abaixo de 150.000 células/mm³ indicam plaquetas baixas.
  • Outros exames específicos: Testes de função do fígado, busca por anticorpos contra plaquetas ou biópsia da medula óssea podem ser realizados, dependendo da suspeita clínica, para investigar causas subjacentes como doenças autoimunes, infecções ou problemas na produção de plaquetas.

Quais os riscos de plaquetas baixas?

Plaquetas em níveis baixos, especialmente abaixo de 50.000/mm³, podem comprometer o processo de coagulação do sangue e aumentar os riscos de hemorragias, que podem ocorrer tanto por traumas leves quanto de forma espontânea. A gravidade das complicações cresce proporcionalmente à redução da contagem, principalmente abaixo de 20.000/mm³.

Hemorragias espontâneas e prolongadas

Hemorragias são o principal risco. Quando as plaquetas estão abaixo de 50.000/mm³, ocorre sangramento fácil em cortes ou feridas, além da possibilidade de outros sangramentos. Com menos de 20.000/mm³, o risco se eleva muito para sangramentos espontâneos em órgãos internos, como intestino e cérebro, ameaçando a vida. Mesmo procedimentos médicos simples tornam-se perigosos perante a baixa contagem.

Hematomas e manchas na pele

Você pode observar hematomas frequentes ou espontâneos, além de petéquias (pontinhos vermelhos ou arroxeados). Esses sinais aparecem porque os vasos pequenos rompem sem coagular, consequência da baixa função das plaquetas. Esses sintomas devem ser avaliados imediatamente.

Sangramentos em locais específicos

Sangramentos nasais, gengivais, no trato urinário (mostrando sangue na urina) ou gastrointestinal (sangue nas fezes) são comuns. Menstruação prolongada ou intensa também ocorre em mulheres. A intensidade depende da gravidade da trombocitopenia, exigindo atenção médica ao persistirem.

Riscos em cirurgias ou traumas

Intervenções cirúrgicas ou ferimentos aumentam o risco de sangramentos graves. Valores muito baixos de plaquetas, como inferiores a 50.000/mm³, podem contraindicar cirurgias. O controle da contagem torna-se essencial para evitar complicações críticas.

Hemorragias em órgãos vitais

Com níveis extremamente baixos, hemorragias intracranianas surgem como principal risco à vida. Nessas situações, a necessidade de transfusões plaquetárias ou outras intervenções urgentes é indispensável para reduzir o risco de sangramentos e evitar fatalidades.

Tratamento para plaquetas baixas

Acompanhamento médico

O acompanhamento médico regular é a abordagem inicial em casos de trombocitopenia leve sem sintomas graves. A contagem de plaquetas é monitorada por meio de hemogramas, permitindo que você avalie regularmente os níveis e identifique alterações. Essa estratégia é fundamental para evitar complicações e decidir intervenções necessárias.

Suplementos alimentares

Suplementos podem ser indicados se a baixa contagem de plaquetas estiver relacionada à deficiência de nutrientes. O ácido fólico e a vitamina B12 são essenciais para a produção de células sanguíneas, incluindo plaquetas. Por exemplo, em casos de anemia nutricional, a reposição desses nutrientes ajuda na recuperação dos níveis normais.

Uso de medicamentos

Medicamentos específicos ajudam a controlar condições subjacentes associadas à trombocitopenia. Corticoides e imunossupressores são usados para suprimir reações autoimunes, evitando que o sistema imunológico destrua as plaquetas. Em casos graves ou refratários, imunoglobulina intravenosa e anticorpos monoclonais elevam temporariamente a contagem, tratando desordens como a púrpura trombocitopênica imune (PTI). Nesta doença, também podem ser utilizados medicamentos específicos que atuam na produção de plaquetas, como o eltrombopague.

Transfusões de plaquetas

Transfusões são soluções emergenciais aplicadas em casos críticos. Se os níveis de plaquetas estiverem extremamente baixos, como abaixo de 10.000/mm³, ou houver risco iminente de hemorragia grave, a transfusão eleva rapidamente a contagem, estabilizando o paciente e prevenindo complicações fatais, como hemorragias internas.

Tratamento da causa subjacente

Corrigir a causa da trombocitopenia promove melhorias sustentáveis. Infecções virais devem ser tratadas para estabilizar a produção de plaquetas. Na dengue, por exemplo, é essencial evitar medicamentos contraindicados, como anti-inflamatórios não esteroidais, devido ao aumento do risco de hemorragias. Doenças autoimunes e problemas na medula óssea requerem intervenções específicas e direcionadas.

Dicas de prevenção e cuidados

Monitoramento regular

Realize consultas periódicas com um hematologista para avaliar seus níveis de plaquetas. Solicite hemogramas e exames adicionais para monitorar a função hepática e renal. Esses cuidados ajudam a identificar alterações precoces na contagem, permitindo ajustes no tratamento.

Cuidados com a alimentação

Adote uma dieta equilibrada rica em nutrientes como vitamina B12 e ácido fólico, essenciais para a produção de plaquetas. Reduza o consumo de álcool, pois ele prejudica a medula óssea. Considere suplementos vitamínicos apenas com orientação médica.

Prevenção de sangramentos

Pratique atividades de forma segura para evitar cortes ou contusões. Utilize acessórios de proteção, como luvas e capacetes, durante tarefas que envolvam risco de acidentes. Se os níveis de plaquetas estiverem muito baixos, o médico pode contraindicar atividades com risco de machucados e sangramentos, como esportes de contato.

Plaquetas baixas pode ser câncer?

Plaquetas baixas, ou trombocitopenia, não são uma causa de câncer, mas podem ser um indicativo de doenças oncológicas ou seus tratamentos. Certos tipos de câncer, como leucemia e linfoma, comprometem a medula óssea e reduzem a produção de plaquetas para menos de 150.000 células/mm³. Isso pode ocasionar maior risco de sangramentos e outras complicações.

Relação com câncer na medula óssea

Leucemia e cânceres que infiltram a medula óssea alteram o funcionamento dos megacariócitos, responsáveis pela produção de plaquetas. Nessas condições, a contagem pode atingir níveis severos, inferiores a 50.000 células/mm³. Além disso, sintomas de trombocitopenia, como hematomas espontâneos ou petéquias, são comuns e devem ser investigados como possíveis sinais de doenças malignas.

Impacto de tratamentos contra o câncer

Quimioterapia e radioterapia podem causar danos temporários à medula óssea, reduzindo a quantidade de plaquetas. Alguns medicamentos anticâncer podem induzir trombocitopenia como efeito colateral. Apesar de ser transitório, esse quadro pode incluir complicações, como sangramentos, se as plaquetas caírem para valores muito baixos.

Quando investigar câncer

Se você apresenta sintomas como hematomas frequentes, manchas vermelhas ou marrons na pele ou sangramentos sem explicação, a contagem baixa de plaquetas deve ser investigada. Análises laboratoriais e exames de medula ajudam a identificar ou excluir alterações malignas. Consultar especialistas é essencial quando esses sinais apontam para possíveis doenças graves.

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Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930