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Câncer de cérebro | Tratamento

Tratamento do câncer de cérebro (Estágio baixo grau)

O tratamento é cirúrgico, com altas chances de cura.

Tratamento do Câncer de Cérebro
Opções de tratamento para o astrocitoma pilocítico.

Cirurgia: craniotomia e remoção do tumor

O tratamento inicial é cirúrgico. Diferentemente dos tumores de grau 1, no entanto, os de grau 2 são infiltrativos e podem formar depósitos microscópicos, além dos limites visíveis ao neurocirurgião.

O neurocirurgião deve ser experiente para ressecar o máximo possível de tumor, sem perder de vista a preservação das áreas vitais para as funções neurológicas. Algumas vezes, para diminuir os riscos de sequelas, a cirurgia é realizada com o paciente acordado (porém sem sentir dor) ou monitorado, visando mapear e preservar as áreas nobres.

Em algumas situações, nas quais as lesões se localizam em áreas muito delicadas do cérebro e com funções nobres, por exemplo, área motora e da linguagem, a cirurgia ampla não é possível e a biópsia é indicada, limitando-se a colher um fragmento apenas para o diagnóstico, com menos risco para o paciente.  

Radioterapia

Geralmente, é indicado radioterapia complementar à cirurgia, principalmente quando a retirada de toda a massa tumoral não é possível ou quando ocorre recidiva. A técnica mais utilizada é a radioterapia externa conformacional. 

A duração do tratamento depende do protocolo utilizado, mas frequentemente são 30 frações, com sessões de segunda a sexta-feira, uma vez ao dia, que duram aproximadamente 15 a 20 minutos. As técnicas evoluíram bastante na última década.

Hoje é possível direcionar os raios com mais precisão, poupando os tecidos cerebrais saudáveis. Outra técnica utilizada, porém, em situações excepcionais, é a radioterapia estereotáxica, que difere da anterior, porque a dose total é administrada uma única vez ou em poucas sessões.  

Quimioterapia

Essa forma de tratamento tem sido cada vez mais utilizada nos tumores de baixo grau, em particular quando a cirurgia não conseguiu eliminar a doença completamente e/ou em pacientes acima de 40 anos, devido a maior agressividade dos tumores a partir desta idade. 

Pode ser realizada com drogas de administração oral exclusiva (temozolomida) ou intravenosa associada a medicações orais (PCV – procarbazina, lomustina e vincristina), associadas ou não à radioterapia. 

Apesar dos tratamentos quimioterápicos serem relativamente bem tolerados, efeitos colaterais como diminuição da imunidade, anemia, diminuição das plaquetas, fadiga, alteração dos nervos, constipação intestinal e alteração do paladar podem ocorrer.

Tratamento do Câncer de Cérebro
Opções de tratamento para o astrocitoma de baixo grau (grau 2) ou oligodendroglioma de baixo grau (grau 2).

Tratamento do câncer de cérebro (Estágio baixo grau)

Cirurgia

O tratamento inicial também é cirúrgico, como o descrito para os tumores de baixo grau. Tem por finalidade não só remover a maior quantidade possível de massa tumoral, mas também aliviar a pressão no cérebro causada pelo edema ao redor do tumor.

Como esses tumores são difusos, ou seja, as células tumorais se infiltram entre o tecido cerebral normal, dificilmente a cirurgia consegue remover completamente a massa tumoral. 

Para complementar o tratamento nesses casos, há necessidade de radioterapia e quimioterapia. Quando os tumores se localizam em áreas muito delicadas do cérebro, a cirurgia se limita à ressecção parcial ou biópsia.  

Radioterapia

A radioterapia externa está indicada após cirurgia nestes casos, devido ao comportamento mais agressivo desses tumores. O tratamento é feito nos moldes descritos para os tumores de baixo grau, porém com uma maior dose, durante um período de três a seis semanas. A quimioterapia em geral é administrada em conjunto com a radioterapia.  

Quimioterapia

Nos pacientes com tumores grau 3, em particular os astrocitomas, o tratamento cirúrgico deve ser complementado com radioterapia externa e quimioterapia, com um medicamento chamado temozolomida. Essa combinação é o tratamento pós cirurgia (adjuvante) mais indicado. Deve ser iniciada poucos dias depois da cirurgia inicial.

A temozolomida é administrada por via oral. É uma medicação geralmente bem tolerada. Os efeitos colaterais possíveis são cansaço, náusea e prisão de ventre. Para pacientes com intolerância a temozolomida oral, pode-se usar a formulação intravenosa.

Após o tratamento inicial de radioterapia associada ou não à temozolomida,  a quimioterapia prossegue em ciclos de cinco dias, seguidos de 23 dias de intervalo, geralmente em um total de 6 a 12 ciclos. O acompanhamento é feito com ressonâncias magnéticas periódicas.

Nos pacientes com oligodendrogliomas grau 3, o esquema mais utilizado de quimioterapia é uma combinação de medicações feitas por via endovenosa em associação a remédios orais (PCV – procarbazina, lomustina e vincristina ou temozolomida).  

Tratamento da recidiva

A recidiva nesses tumores é frequente, visto seu comportamento infiltrativo e capacidade de resistência aos tratamentos. Neste cenário, após discussão em reuniões multidisciplinares, as opções terapêuticas são:

  • Reabordagem cirúrgica: principalmente nos pacientes com recidivas tardias e em áreas não nobres do cérebro;
  • Nova radioterapia: considerado tratamento de exceção, mas possível de ser realizado em alguns casos selecionados;
  • Quimioterapia: as opções são re-exposição à temozolomida, agentes alquilantes como lomustina e carmustina, PCV, carboplatina, entre outros;
  • Terapêutica antiangiogênica: são agentes capazes de bloquear a formação de novos vasos sanguíneos, impedindo que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação. Pertence a essa categoria o bevacizumabe, que auxilia principalmente no controle de sintomas e pode ser utilizado em combinação a outros agentes.
  • Terapia-alvo: alterações nos genes BRAF e NTRK (chamadas de mutações) são raras em tumores cerebrais, mas, quando presentes, tratamentos específicos podem ser indicados, com altas taxas de resposta e controle de doenças.
Tratamento do Câncer de Cérebro
Opções de tratamento para o astrocitoma grau 3 ou glioblastoma multiforme ou oligodendroglioma grau 3.

Atualização: Dra. Camilla Akemi Felizardo Yamada – CRM: 118.900 Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo Apoio: Dra. Jéssica Ribeiro Gomes – CRM: ES 10.466 Oncologista Clínica da Rede Meridional / ES Fevereiro 2023

Data de publicação: 07/05/2014

Última atualização: 22/07/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930