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Dia Mundial de Conscientização sobre o Papilomavírus Humano (HPV)

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Projeto Mais Vida, Menos HPV ganha força em São Paulo, atua em comunidades e amplia
grupos de multiplicadoras para ir às escolas.

O projeto Mais Vida, Menos HPV, que dissemina informações essenciais sobre o papilomavírus humano, sua prevenção e a relação com vários tipos de câncer, ganha força em São Paulo após se consolidar em Recife com um importante trabalho de multiplicadoras na capital pernambucana. “A expansão do projeto Mais Vida, Menos HPV em São Paulo é fundamental para alcançar comunidades paulistanas, fortalecendo a Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero”, avalia Fabiana Peroni, diretora de Projetos e Parcerias do Grupo Mulheres do Brasil, que realiza o projeto em parceria com o Instituto Vencer o Câncer

“A iniciativa consiste em disseminar a informação a respeito do HPV, com foco na vacina e no exame preventivo. Como temos realidades diferentes num país enorme, a estratégia foi formar grupos regionais, preparar pessoas para falar sobre o HPV e divulgar as informações”, esclarece Ailma Fabiani de Andrade Larre, cirurgiã e ginecologista especializada em câncer ginecológico, que atua na BP – A Beneficências Portuguesa, no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e faz parte do comitê do projeto. 

Ela considera que um ponto fundamental do trabalho regional é o fato de que cada grupo pode adequar a apresentação à sua realidade – desde a linguagem até a forma de conversar e o local onde o encontro será realizado. “Quando você é daquela região, convive no local, a sua comunicação é muito mais próxima e você sabe como se comunicar com aquele público”.

Ailma Larre conta que para garantir a identificação da iniciativa nas várias atividades realizadas, a equipe busca manter um padrão de apresentação, das ideias compartilhadas, para representar a personalidade do projeto, adequando para cada região e público. A identidade visual padronizada também contribui para que as pessoas que vão assistir palestras ou participar dos encontros possam identificar o projeto.

Dia Mundial de Conscientização sobre o Papilomavírus Humano (HPV)

 

“É com grande compromisso que o Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil desenvolvem as ações da Aliança Nacional pela Eliminação do Câncer do Colo de Útero. O projeto Mais Vida, Menos HPV desempenha um papel fundamental ao atuar em comunidades e escolas, promovendo a conscientização e educação”, destaca Ana Maria Drummond, diretora do Instituto Vencer o Câncer. “Além disso, buscamos incansavelmente a implementação de políticas públicas que visam a estimular a vacinação contra o HPV e a erradicação dos cânceres causados por este vírus, um passo essencial para garantir a saúde e o bem-estar das futuras gerações e evitar”

No Recife, comprometimento das voluntárias possibilita superar expectativas

Ailma Larre conta que o trabalho do Mais Vida, Menos HPV que vem sendo desenvolvido no Recife avançou muito porque algumas líderes são bastante ativas e abraçaram a causa. “Um dos desafios é a continuidade da atuação; às vezes nas regiões a iniciativa começa, mas não consegue seguir adiante, porque a maioria faz o trabalho de forma voluntária e às vezes é difícil adaptar à rotina”.

A médica destaca a força do voluntariado realmente persistente na região, com um grupo que trabalha bastante. “Elas continuam atuando – a maioria não é profissional de saúde -, conseguiram estabelecer uma comunicação muito boa com o público e apoio de pessoas da mídia para ir com elas nas escolas, reunindo figuras conhecidas no Recife, com um grande apelo regional”.

Ela cita ainda outra ação que tem garantido bons resultados: o fato de atrair jovens, alguns com uma boa atividade nas mídias sociais, falando sobre HPV e fazendo as campanhas. “É importante envolver os jovens. As multiplicadoras no Recife estão superando a expectativa, por causa da persistência, da continuidade do trabalho, independente das condições”.

Recursos ajudam a agilizar ações em São Paulo

Em São Paulo, as ações estão avançando bastante, especialmente pela obtenção de recursos que permitiram agilizar a iniciativa. Ailma Larre conta que o Instituto Vencer o Câncer, junto com o grupo Mulheres do Brasil, conseguiu uma emenda parlamentar da deputada federal Tabata Amaral que garantiu um incentivo financeiro, possibilitando remunerar as multiplicadoras.  “Elas têm aulas sobre HPV, em que aprendem a explicar o básico sobre o tema, e vão às comunidades e escolas para disseminar as informações”.

Fabiana Peroni ressalta que com o financiamento do Ministério da Mulher, por meio de um termo de fomento de emenda parlamentar, o projeto amplia o envolvimento de multiplicadoras de informação, promovendo a conscientização sobre a prevenção do HPV, vacinação e rastreamento eficazes. “Essa abordagem comunitária é essencial para chegar ao público alvo, contribuindo para as metas da Organização Mundial da Saúde e reduzir significativamente a incidência desse tipo de câncer no Brasil”.

Um primeiro grupo de multiplicadoras já foi formado e está atuando nas comunidades. Na segunda fase elas irão começar a trabalhar em escolas e o projeto está preparando mais multiplicadoras, para aumentar os grupos.

Segredo do sucesso está na linguagem simples, descontraída e adaptada para cada grupo

A cirurgiã atribui o sucesso do projeto ao cuidado com a comunicação, adaptada para cada público, que é bem diferente nas comunidades – onde há mais mulheres adultas, mães de famílias, avós e às vezes homens – e nas escolas, que é formado principalmente por adolescentes. “Pode ser mais desafiador, porque os adolescentes têm um comportamento mais imprevisível, podem estar bem ativos ou muito tímidos, agitados, e nem sempre é fácil chamar a atenção deles. Estamos elaborando estratégias para aumentar a adesão dos jovens, para que eles consigam absorver a informação”.

O mais importante, avisa, em toda situação, é que a linguagem precisa ser muito simples, para que uma pessoa que nunca ouviu falar sobre HPV possa entender e replicar.

É exatamente isso que a enfermeira Fernanda Neiva, uma das voluntárias que atua no grupo de São Paulo, faz nos encontros, palestras, rodas de conversas, eventos em que atua como multiplicadora, com um tempero a mais que ajuda a atrair a atenção do público: descontração. 

“Em todas as minhas rodas de conversa eu tento falar desse assunto sério, de forma descontraída”, revela, exemplificando que em uma das atividades que realiza pede para as pessoas citarem um método de prevenção da doença enquanto aponta para a vacina, sorrindo, fazendo uma cara de que é meio óbvio. “Acho que dessa forma descontraída eles acabam captando mais e eu friso que é algo simples, basta pegar um dia no ano para fazer o Papanicolau e eles lembram: ‘a moça falou da vacina, falou que é tão simples, só um dia para olhar pra gente’”.

Dia Mundial de Conscientização sobre o Papilomavírus Humano (HPV)

Fernanda Neiva, que trabalhou cinco anos em Unidades Básicas de Saúde como técnica de enfermagem, lembra que há dez anos – desde seus 17 anos – faz trabalhos voluntários. E é com animação e paixão que ela conta do seu projeto pessoal em escolas para ensinar suporte básico de vida e de como conheceu o projeto Mais Vida, Menos HPV e do seu comprometimento para fazer o máximo que puder. É com orgulho que ela quer ajudar a escrever essa história, colaborando com o objetivo maior de ajudar o Brasil a erradicar o câncer de colo de útero em dez anos.

“Infelizmente no nosso país muitas mulheres têm diagnóstico em estágio avançado, quando o tratamento não é mais tão simples. Quanto mais informarmos as pessoas, tanto da importância da vacina quanto da prevenção, que são os exames, conseguimos rastrear antes para ter um tratamento menos agressivo”. Ela percebe a importância de levar conhecimento para as pessoas – e que mesmo informações que para ela parecem simples, para a população em geral pode fazer toda diferença e eles podem replicar o que aprendem. 

“Uma coisa que eu falo em todas as rodas de conversas é: ‘agora vocês são multiplicadoras que nem eu. Vocês têm informações para passar para suas famílias, aos amigos. Peguem essas informações e espalhem’. Eu deixo essa frase porque não adianta guardarmos a informação; é importante repassar esse conhecimento também.

E assim o projeto Mais Vida, Menos HPV segue disseminando informações para combater o HPV e buscar a erradicação do câncer de colo de útero no Brasil.

Aliança é apresentada a profissionais de saúde

No dia 22 de fevereiro, Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer e Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, estiveram no II Cervical Cancer Elimination Summit: um novo tempo na prevenção do câncer de colo do útero.

Na oportunidade, eles apresentaram para 500 profissionais de saúde, principalmente ginecologistas, a Aliança Nacional pela Eliminação do Câncer de Colo de Útero, uma grande coalizão gerida pelas organizações que os dois representam.

Para o Dr. Maluf, os profissionais que estão na ponta são de suma importância para informar e orientar a população sobre vacina contra o HPV e câncer de colo de útero. Segundo ele, “a informação correta, a orientação direta literalmente salva vidas”. E acrescentou, “no Brasil temos vacinas, temos profissionais especializados em diagnóstico e tratamento, portanto somos capazes de reverter as baixas coberturas e ter rastreio organizado”.

Já Luiza Helena Trajano disse que “existem muitas iniciativas no Brasil para tratar do tema, mas que precisamos reuni-las e dar um rumo para que elas sejam convergentes”. O Grupo Mulheres do Brasil tem uma grande força de mobilização de comunidades em todo o Brasil e a questão do HPV está entre as nossas prioridades”.

Viviane Pereira

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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