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No mês da mulher, elas contam como superam o câncer

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Do momento do diagnóstico ao final do tratamento, a superação do paciente com câncer está no dia a dia. Superar é saber conviver com a doença, com os tratamentos, com as incertezas. É fazer da doença uma oportunidade para mudar. E cada pessoa encontra sua forma de enfrentar e superar as dificuldades que surgem nessa jornada, seja com apoio da família, com ajuda de profissionais, com o desenvolvimento da espiritualidade, seja na fé ou na força que cada um acaba descobrindo dentro de si mesmo.

Paula Mara de Assis Palma e Marisa Gavel Nassar são duas mulheres que nos mostram que a superação é possível. Em comum, além do diagnóstico de câncer, elas têm a força, a vontade de viver e a sabedoria de quem aprende com as dificuldades.

Paula é de Curitiba e descobriu que estava com câncer de ovário quando tinha 28 anos. Esse é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e no caso de Paula, era um tipo raro. Para sua família, os médicos disseram que sua chance de sobreviver era de apenas 10%. “Quando soube que tinha câncer foi o único dia que fiquei atordoada, foi a única vez que chorei. Eu tinha 28 anos e a vida toda pela frente”, lembra.

A partir do diagnóstico, ela decidiu que não se entregaria à doença e a encararia com coragem e pensamento positivo. Não foi fácil; o tratamento foi longo e pesado, mas necessário. Paula superou as cirurgias, as sessões de quimioterapia, os efeitos colaterais; superou cada dia, cada fase. Ela considera que manter-se atuante em seu emprego foi fundamental para sua recuperação.
E o trabalho era tão importante para ela que estava presente até nas sessões de quimioterapia, em que levava seu notebook para resolver as demandas do dia. “Depois de 6 anos, eu tive uma recidiva e mais uma vez enfrentei. Durante todo o tempo, o trabalho foi a melhor coisa para mim porque ocupava minha cabeça. Me fazia sentir que a vida continuava”, conta.

A mãe também foi seu exemplo de superação. Quando Paula tinha 10 anos, seu pai faleceu e sua mãe criou as quatro filhas com a ajuda de uma tia. Na fé e na força que sua mãe teve a vida toda, Paula se fortaleceu. O apoio que recebeu de amigos foi fundamental. “É importante a pessoa pensar e agir de forma positiva, sem vitimismo. Isso muda totalmente o tratamento. Eu me sentia no dever de ficar bem. Sabia que se ficasse bem, todas as pessoas ficariam bem”.

Hoje, Paula permanece fazendo acompanhamento médico e diz que não fica mais apreensiva com os exames periódicos que precisa fazer. “Eu até leio os resultados”. Dividir com os outros a sua experiência é um de seus objetivos atualmente. Para isso, faz palestras motivacionais em que procura mostrar para outras pessoas que é possível superar as dificuldades que a vida nos impõe. “Me sinto mais fortalecida, valorizo o que realmente importa”, diz.

Superar também é meta diária da médica Marisa Gavel Nassar. Quando tinha 37 anos, ela foi diagnosticada com câncer colorretal. Os primeiros sinais foram dores abdominais que ela achava que pudessem estar relacionadas à síndrome do intestino irritável. Mas as dores foram aumentando e outros sintomas apareceram. No Natal de 2015, passou mal e no pronto-socorro os médicos descobriram que um tumor estava obstruindo seu intestino.

O diagnóstico foi o primeiro o baque que teve. “Parece que você perde o chão. Eu não acreditava e só me perguntava: por que eu, por que eu? ”, lembra. Pouco tempo depois, teve o segundo: tinha metástase no fígado. Depois, apareceram nódulos também no pulmão. Mas, Marisa, assim como Paula, não se entregou e enfrentou. “Ser médica é mais difícil porque se tem mais conhecimento da gravidade. Mas eu sempre acreditei que ia dar certo. Cada fase do tratamento é uma superação. Eu sempre pensei: vou fazer tudo que posso para ficar livre de novo”, afirma.

O início do tratamento foi bem difícil, ela emagreceu 6 quilos e teve que ficar afastada do emprego por 6 meses. Desde a descoberta da doença, passou por várias cirurgias e sessões de quimioterapia. Na filha de 7 anos, no marido, nos familiares e na terapia encontrou força para seguir em sua jornada. “Se ficar parado pensando só na doença vai fazer mal”, diz.

Manter o bom humor foi fundamental. Marisa conta que fez amigas nas sessões de quimioterapia e levava bolo e café para elas e tudo que pudesse deixar aquele momento mais leve. “Eu sempre tentei manter o bom humor, fazer piadas das coisas para quebrar o gelo. E sempre que possível fazia isso com a minha situação, no meio das quimos, ou em outros lugares. Gosto de ver as pessoas que eu amo felizes. Sei que se eu estiver triste, elas também ficarão”.

Consultas médicas e exames ainda estão na sua rotina, mas também estão atividade física, passeios e viagens. Sua vida não parou, apenas mudou. “O câncer me ensinou a ter uma vida mais equilibrada. Aprendi a falar não, a me colocar em primeiro lugar, a valorizar momentos felizes”.

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