Câncer de ovário | O que é
O que é
Apesar de não ser o mais comum, o câncer de ovário é o mais grave dos tumores ginecológicos. Constitui 4% de todos os tumores malignos do corpo humano e se instala predominantemente em mulheres acima de 50 ou 60 anos. A chance de uma mulher desenvolver câncer de ovário durante a vida é de uma em 71.
Anatomia
Os ovários, direito e esquerdo, localizam-se na pelve, próximos ao útero. São responsáveis pela produção de óvulos e de hormônios femininos, como estrógeno e progesterona.

Localização dos ovários
O ovário é formado por três tipos básicos de células: as células epiteliais, que revestem sua superfície, as células germinativas, que dão origem aos óvulos, e as células da teca-granulosa, que produzem os hormônios femininos.

Anatomia do ovário com visão ampliada do órgão. Note a localização das células epiteliais, as células germinativas e as células estromais (teca-granulosa), pois cada uma pode originar um tipo diferente de câncer de ovário.
História Natural da Doença
Na medida em que cresce, o câncer de ovário invade a cápsula que envolve o ovário. Nessa fase, as células malignas podem chegar ao útero e à bexiga, ou disseminar-se pela cavidade abdominal inteira, do assoalho da pelve à superfície do diafragma.

Crescimento local do câncer de ovário. Note que o câncer invade a cápsula que envolve o ovário, com posterior invasão do útero e bexiga, e, em fases mais avançadas, do peritônio da cavidade abdominal.
As células malignas eventualmente alcançam os gânglios (linfonodos) abdominais, responsáveis pela drenagem linfática dos ovários, e chegam à pleura por contiguidade, rompendo a barreira representada pelo diafragma. Isso pode ocasionar acúmulo de líquido nos pulmões, chamado de derrame pleural. Nos casos mais avançados podem surgir metástases no interior do fígado, nos pulmões ou no cérebro.
Alguns tipos de câncer de ovário apresentam crescimento lento e baixo potencial de malignidade, permanecendo restritos ao ovário por muito tempo, sem invadir o peritônio ou outros órgãos: são os tumores borderline.

Crescimento à distância do câncer de ovário. Note que o câncer pode comprometer os gânglios (linfonodos) pélvicos abdominais (A) e, em seguida, fígado, pulmões, pleura e cérebro (B).
Tipos de câncer de ovário
O câncer de ovário não é precedido por uma lesão pré-maligna. No entanto, existe uma variedade de tumores malignos de ovário que são considerados de baixo potencial de malignidade (chamados de tumores borderline), por apresentarem comportamento mais indolente e crescerem mais devagar. Os tipos de câncer de ovário mais comuns são os que se originam nas células epiteliais:
Carcinoma seroso-papilífero
Constitui cerca de 75% dos tumores invasivos.
Carcinoma endometrioide
Dos tumores epiteliais, é o segundo tipo mais frequente.
Carcinoma mucinoso e carcinoma de células claras
Apresentam comportamento mais agressivo que os dois primeiros, maior risco de metástases e respostas mais desfavoráveis à quimioterapia, principalmente quando diagnosticados em fases avançadas.
Tumores não invasivos ou de baixo potencial de malignidade (borderline)
Entre os tumores não invasivos ou de baixo potencial de malignidade (borderline), os carcinomas serosos e os mucinosos são os mais frequentes. São tumores relativamente incomuns, que crescem lentamente e raramente dão origem a metástases. Tendem a acometer pacientes mais jovens e apresentam altos índices de cura.
Tumores do cordão sexual
Incluem os tumores da célula da granulosa e de Sertoli-Leydig. Esses tumores se originam nas células estromais produtoras de hormônios femininos e são altamente curáveis. Por se originarem em células que produzem hormônios femininos, eles são chamados de tumores do cordão sexual.
Tumores germinativos
Esses tumores, originados nas células germinativas que dão origem aos óvulos, representam menos que 3% a 5% de todos os tumores ovarianos e são altamente curáveis. Os tipos mais comuns são: teratoma imaturo (o teratoma maduro é um tumor benigno), disgerminoma, tumor do seio endodérmico e coriocarcinoma.
Atualização: Dra. Ana Paula Garcia Cardoso – CRM: 116987
Oncologista Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein
Apoio: Dra. Jéssica Ribeiro Gomes – CRM: 159784
Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Fevereiro 2022