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Pesquisa em Oncologia – Centro do Maranhão já atua em três estudos clínicos

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A chegada dos primeiros pacientes para realizar exames cujos resultados vão contribuir para um estudo que visa compreender melhor as características moleculares dos tumores de mama e próstata tem um significado especial para a oncologista Ana Caroline Fonseca Alves. É o início da realização de um sonho, de desenvolver um centro de pesquisas no Hospital de Câncer do Maranhão Doutor Tarquínio Lopes Filho, unidade estadual do Sistema Único de Saúde em São Luís, especializada e exclusiva para tratamento oncológico.

Imagem mostra: um atendimento médico.

“É uma satisfação enorme ver o centro começando sua atuação”, comemora empolgada a pesquisadora principal do centro maranhense. “Daí a importância do Projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, que deu essa oportunidade para criar centros de pesquisa nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A pesquisa clínica ainda é distribuída de forma bastante desigual pelo Brasil. A diversidade é importante e o Brasil é quase um continente. A população é heterogênea e os tumores também são”.

A oncologista destaca que além da biologia ser diferente em cada região, a incidência também é, lembrando que em 2020 a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) registrou que o Maranhão é o estado com o maior número de casos documentados de câncer de pênis no mundo.

“Ter estudos em nosso estado faz muito sentido, porque são nossos problemas e conseguimos contribuir bastante com inclusão de pacientes e para obter respostas para melhoria dos tratamentos”.

Do zero à pesquisa com pacientes

A ação pioneira – São Luís não contava com centro de pesquisa na área oncológica – traz inúmeras possibilidades para a área oncológica no estado. “É uma alegria saber que começamos esse centro do zero, capacitando todo mundo, preparando o hospital, contando com essa retaguarda do LACOG e com assistência do Instituto Vencer o Câncer para montar essa estrutura e capacitar a equipe. Também tivemos muito apoio da direção do hospital, que é gerido pela ABEAS (Associação Brasileira de Entidades de Assistência Social)”, afirma.

“Com isso colocamos nosso hospital como potencial contribuidor tanto para a pesquisa nacional quanto para nossos pacientes, que poderão receber opções de tratamentos que não teriam no Sistema Único de Saúde (SUS)”.

O projeto começou em janeiro de 2022 e durante todo o ano passado foi feita a organização do centro, com adaptação da estrutura e treinamento da equipe, que conta com três pesquisadoras.

Imagem mostra: equipe que faz parte do projeto.

“Começamos a receber feasibilities e três propostas foram aprovadas: dois estudos retrospectivos e um estudo prospectivo, que é o nosso estudo mais complexo, com intervenção”, conta Ana Caroline Alves.

Estudos Retrospectivos

O centro maranhense está incluindo dados, através da triagem dos prontuários dos pacientes que podem ser elegíveis, considerando todos os critérios de inclusão e exclusão.

“Os dados irão ajudar a entender melhor as terapias que fazemos, os desfechos dos pacientes e como é essa evolução”, explica a oncologista.

Imagem mostra: duas integrantes do projeto trabalhando.

Estudos Prospectivo

  • Dois eixos: mama e próstata.

Envolve intervenção com pacientes, com coleta de sangue.

Objetivo: entender melhor as características moleculares dessas doenças. Pacientes ativos ou que já tenham sido tratados.

Imagem mostra: enfermeira realizando o precedimento de coleta de sangue.

“Esse estudo é amplo, mais complexo, envolve técnicas do laboratório, enfermeiras, pesquisadoras, visitas aos pacientes. É uma preparação para estudos mais avançados, com drogas”, avalia Ana Caroline Alves.

“Acho que vamos contribuir bastante com esse estudo nacional que visa envolver pacientes de todas as regiões. Eles têm uma meta no Nordeste e acreditamos que poderemos agregar bastante”, orgulha-se, detalhando que com essa pesquisa será possível entender a biologia do tumor, os tipos de mutações e prever se as mutações impactam no prognóstico ou na resposta às terapias.

Investindo na pesquisa pelo Brasil

A proposta do centro no Hospital do Maranhão foi uma das seis selecionadas na primeira fase do projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, desenvolvido pelo Instituto Vencer o Câncer, com consultoria técnica do LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group), com o objetivo de apoiar a criação de novos centros especialmente em regiões onde há escassez destas estruturas.

“Não tenho palavras para descrever o quão é importante ter centros de pesquisa em várias regiões”, conclui a pesquisadora.

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