Última atualização em 16/05/2023

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos (USPSTF), um grupo de especialistas independentes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, passou a recomendar que todas as mulheres a partir dos 40 anos façam mamografia a cada dois anos para rastreamento do câncer de mama.
O novo posicionamento muda a indicação anterior, de 2009, que aconselhava o início do exame somente aos 50 anos.
“Sabemos que aproximadamente 10% dos tumores de mama ocorrem em mulheres com menos de 45 anos. Esse é um subgrupo desafiador, porque essas pacientes, em geral, se apresentam com tumores mais agressivos, de biologia mais proliferativa”, destaca a oncologista Débora Gagliato, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer e médica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“A diminuição da idade de início de rastreamento é importante, inclusive porque a incidência de câncer de mama nesta faixa etária de pacientes mais jovens vem aumentando”, acrescenta.
A Sociedade Brasileira de Mastologia também defende que o exame preventivo seja iniciado aos 40 anos.
Em posicionamento publicado em seu portal, a SBM cita uma das mais extensas pesquisas sobre mamografia já realizadas, que avaliou um grupo de 130.000 voluntárias. De acordo com o trabalho, publicado no periódico especializado Radiology, “o exame em mulheres acima dos 40 anos é capaz de reduzir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama”.
Outra revisão, também citada pela sociedade, incluiu 600.000 mulheres e demonstrou uma redução do risco relativo da mortalidade por câncer de mama estimada em 15%, com a triagem mais precoce.