O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer o teste molecular DNA-HPV para o rastreamento do câncer de colo do útero. Desenvolvida no Brasil, a nova tecnologia substituirá gradualmente o exame de “Papanicolau”, que ficará restrito aos casos em que houver resultado positivo no teste molecular. Altamente sensível, o DNA-HPV consegue identificar a presença do vírus antes do surgimento de lesões ou mesmo do câncer em estágio inicial.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a ginecologista oncológica Ailma Larre, integrante da Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero (iniciativa do Instituto Vencer o Câncer em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil), ressalta que o exame marca um avanço na prevenção.
“O ‘Papanicolau’ detecta a presença de células doentes. Já o teste de DNA-HPV detecta o vírus, mesmo antes de causar doenças. Ele é altamente sensível e permite diagnosticar mais lesões na fase pré-câncer, aumentando o número de casos identificados em fases iniciais, quando os tratamentos são menos agressivos e apresentam melhores resultados”, explica a médica.
Outro diferencial é a possibilidade de autocoleta, recurso que pode ampliar o acesso ao rastreamento, especialmente em regiões remotas ou para mulheres que enfrentam barreiras culturais, geográficas ou pessoais para a realização do exame ginecológico. Segundo Ailma Larre, estudos indicam que a autocoleta apresenta precisão semelhante à coleta feita em consultório, desde que a paciente receba orientações adequadas.
Além dos ganhos em diagnóstico precoce e qualidade de vida, a nova estratégia também tem impacto econômico. Segundo a reportagem, estudos de custo-efetividade indicam que a adoção do DNA-HPV pode gerar economia de até 30% para o SUS, reduzir a sobrecarga dos serviços laboratoriais e, ao longo dos anos, contribuir para diminuir em até 40% a incidência de câncer do colo do útero invasivo. Clique aqui e leia a matéria.