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Saiba mais sobre a traqueostomia

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Procedimento pode ser realizado quando a presença de um tumor impede o ar de chegar até os pulmões. 

A estomia é a comunicação de um órgão interno para o meio externo. Existem diferentes tipos de estomias, a depender do órgão exteriorizado. No caso das estomias respiratórias, a traqueostomia é a mais realizada e conhecida. 

Consiste na comunicação da traqueia, por meio de uma cânula, de forma temporária ou definitiva, sendo um procedimento cirúrgico que pode ser realizado de maneira preventiva, curativa ou paliativa, eletivamente ou de urgência. É indicada em qualquer faixa etária para manter a função respiratória.

Em boa parte dos casos de câncer de cabeça e pescoço, ela é definitiva e o paciente precisará aprender o autocuidado.

As pessoas com traqueostomia demandam cuidados específicos e especializados, sendo necessária a atenção não apenas para a estomia, mas também cuidados com a cânula e a pele periestomia. 

Cuidados com a traqueostomia

Orientações progressivas sobre o autocuidado, quanto aos cuidados com a estomia, pele periestomia, cânula em uso e limpeza brônquica adequada devem ser oferecidas a pessoa e a família e cuidador, quando houver.

A importância da lavagem das mãos para realização dos cuidados é ponto fundamental a ser ressaltado, vez que a possibilidade de infecções respiratórias é bastante elevada.

Os cuidados com a pele periestomia também são muito importantes, sendo recomendado que pelo menos duas vezes ao dia sejam realizados os procedimentos de higienização, também para minimizar o risco de infecção e da dermatite periestomia.

Importante que a pessoa e familiares compreendam que apesar de necessária no tratamento, a traqueostomia altera a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório, impede o fluxo adequado de ar pelas pregas vocais (laringe) durante a expiração, o que ocasiona a interrupção da função vocal. 

Há repercussões não apenas no sistema respiratório, mas também na deglutição e na comunicação, sendo necessário acompanhamento fonoaudiológico posterior e da equipe multidisciplinar.

A pessoa com traqueostomia definitiva terá que reaprender a se comunicar. O acompanhamento com a equipe de saúde é essencial, vez que além das questões físicas e relacionadas aos cuidados com a traqueostomia e região, aspectos da dimensão social e psicológica, em especial, precisam de seguimento contínuo, até que a pessoa se sinta segura para o convívio social e laboral, inclusive.

Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito à nutrição e ao processo de deglutição. Estudos mostram uma alta incidência de aspiração de alimentos em pessoas com traqueostomia. Assim, é fundamental a avaliação clínica, que envolve um raciocínio complexo do quadro geral da pessoa e de exames complementares.

O acompanhamento do fisioterapeuta também é muito importante, sendo o profissional da equipe de saúde responsável por realizar técnicas de desobstrução e expansão pulmonar, prevenindo situações como desconforto respiratório, atelectasias (colapso dos alvéolos pulmonares) e infecções.

O cuidado sistematizado, individualizado, da equipe profissional e a participação ativa da pessoa com traqueostomia favorece o processo de reabilitação.

Profa Dra Maria Angela Boccara de Paula – TiSobest

Enfermeira Estomaterapeuta

Editora da Revista Estima

Professor Doutor do Departamento de Enfermagem e Nutrição

Docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Humano

Universidade de Taubaté

Leia também: Novidades sobre tumores de cabeça e pescoço.

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