Câncer de esôfago | O que é?
Anatomia
O esôfago, órgão muscular semelhante a um tubo, comunica a faringe com o estômago e transporta alimento e líquidos de um órgão ao outro. Seu trajeto, que vai da região cervical até penetrar a cavidade abdominal, é dividido em três terços: superior, médio e inferior.
Na parte alta do esôfago, existe uma válvula chamada de esfíncter esofágico superior, que se abre quando recebe o estímulo dos alimentos que passam, para permitir que eles se dirijam ao estômago. Na parte baixa do esôfago, junto ao estômago, existe outra válvula, o esfíncter esofágico inferior, que se abre para que os alimentos cheguem ao estômago. O esôfago apresenta quatro camadas que, da interna para a externa, são: mucosa, submucosa, camada muscular (constituídas pelos músculos longitudinais e circulares), e camada adventícia. Assim que o bolo alimentar passa, esse esfíncter se fecha para impedir que o conteúdo gástrico volte para o esôfago, causando os sintomas característicos do refluxo gastroesofágico

Localização do esôfago.

Anatomia do esôfago com visão do órgão ampliada.
História Natural da Doença
O câncer de esôfago pode surgir já como lesão francamente maligna ou instalar-se em local em que existam lesões pré-malignas, como é o caso do esôfago de Barrett. O tumor se inicia na camada de revestimento interno do órgão (mucosa). Ao crescer, invade a espessura da parede, penetrando a submucosa, camada muscular e a camada adventícia que cobre a parte externa. Por proximidade, pode comprometer órgãos vizinhos, como brônquios pulmonares, traqueia e estômago.

Crescimento local do câncer de esôfago. Note que o câncer, ao crescer, passa a invadir a submucosa, a camada muscular e a camada adventícia e, por proximidade, órgãos vizinhos, como os brônquios pulmonares, a traqueia e o estômago.
As células malignas que se desprendem do tumor primário eventualmente ganham a circulação linfática e atingem os linfonodos ao redor do esôfago, chegando aos linfonodos torácicos e abdominais ou da região cervical. Podem, ainda, produzir focos à distância, especialmente no fígado, pulmões e ossos. Somente 30% dos pacientes recebem o diagnóstico na fase em que a doença ainda se acha restrita ao esôfago. Os demais já apresentam outras estruturas comprometidas.

Crescimento à distância do câncer de esôfago. Note que o câncer pode comprometer fígado, pulmões e ossos.

Crescimento regional do câncer de esôfago. Note que o câncer, atingindo a circulação linfática, pode comprometer os linfonodos ao redor do esôfago, chegando aos linfonodos torácicos e abdominais ou da região cervical.
Tipos de câncer de esôfago
Carcinoma de células escamosas ou epidermoide
É responsável por mais 90% dos casos dos tumores de esôfago do terço superior e médio, sendo o tipo mais relacionado com o tabagismo e o álcool.
Adenocarcinoma
É o tipo mais comum dos tumores da porção mais inferior do esôfago. Está relacionado com a esofagite de refluxo e o esôfago de Barrett. Atualmente, o adenocarcinoma é o tipo encontrado em cerca de metade dos casos de câncer de esôfago.
Tipos mais raros
Os demais 5% incluem tipos bem mais raros: carcinomas de pequenas células, sarcomas, linfomas e tumores adenoide-císticos.
Atualização: Dr. Lucas Vieira dos Santos – CRM: 115.834
Oncologista Clínico na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Atualização: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM: DF 27574
Oncologista Clínico no Grupo Oncoclínicas, Brasília-DF
Vídeo: Dr. Lucas dos Santos