O câncer anal é uma doença relativamente rara, correspondendo a cerca de 1-2% dos tumores do trato gastrointestinal. Nas últimas décadas, houve uma mudança significativa na abordagem do tratamento de câncer anal.
Até os anos 1970, o tratamento padrão era a cirurgia radical com amputação abdominoperineal do reto, resultando em colostomia definitiva. Entretanto, a partir dos trabalhos pioneiros de Norman Nigro na década de 1970, demonstrando altas taxas de resposta completa com quimiorradioterapia, houve uma mudança de paradigma.
Atualmente, o tratamento padrão para a maioria dos casos de câncer anal é a terapia combinada de quimioterapia e radioterapia, visando a preservação do órgão e da função esfincteriana. A cirurgia radical ficou reservada para casos selecionados de doença residual ou recidivada após o tratamento conservador.
Essa abordagem multidisciplinar permite taxas de controle local e sobrevida global em 5 anos superiores a 70% na maioria das séries, com preservação da função esfincteriana em cerca de 70-80% dos pacientes. A cirurgia de resgate fica reservada para os casos de falha do tratamento inicial.
Novos avanços, como técnicas modernas de radioterapia e a incorporação de terapias-alvo e imunoterapia, têm sido estudados para melhorar ainda mais os resultados e reduzir a toxicidade do tratamento.
Estádios do câncer anal
Os quatro estádios do câncer do canal anal estão descritos abaixo: