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Câncer de cérebro | Fatores de risco

Os fatores de risco do câncer de cérebro são variados e incluem desde exposições ambientais a predisposições genéticas e condições imunológicas. A identificação e compreensão desses fatores são fundamentais para a implementação de estratégias de prevenção e para o desenvolvimento de programas de vigilância e diagnóstico precoce.

Exposição à radiação ionizante

A exposição à radiação ionizante é um dos fatores de risco mais bem estabelecidos para o câncer de cérebro. Pessoas que foram submetidas a radioterapia na região da cabeça ou pescoço, especialmente durante a infância, têm um risco aumentado de desenvolver tumores cerebrais na vida adulta. Este tipo de exposição pode ocorrer durante o tratamento de outros tipos de câncer ou devido a acidentes nucleares.

Histórico familiar e síndromes genéticas

O histórico familiar de câncer de cérebro pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença. Síndromes genéticas específicas, como a neurofibromatose tipo 1 e tipo 2, esclerose tuberosa, síndrome de Li-Fraumeni e a doença de von Hippel-Lindau, estão associadas a um risco elevado de tumores cerebrais. Essas condições hereditárias predispõem os indivíduos ao desenvolvimento de neoplasias no sistema nervoso central.

Imunodeficiência

Indivíduos com imunodeficiência, seja congênita ou adquirida, apresentam um risco maior de desenvolver câncer de cérebro, especialmente linfomas. A imunodeficiência pode ser resultado de doenças como HIV/AIDS ou de tratamentos imunossupressores utilizados em pacientes transplantados ou com doenças autoimunes.

Idade e sexo

A idade é um fator de risco significativo para o câncer de cérebro, com a incidência aumentando em indivíduos mais velhos. No entanto, alguns tipos de tumores cerebrais são mais comuns em crianças e jovens adultos. Além disso, o sexo também desempenha um papel: homens são mais propensos a desenvolver gliomas, enquanto as mulheres têm uma maior incidência de meningiomas.

Exposição a substâncias químicas

A exposição a certas substâncias químicas no ambiente de trabalho, como arsênico, chumbo, mercúrio e produtos químicos utilizados na fabricação de borracha e agrotóxicos, pode aumentar o risco de câncer de cérebro. Trabalhadores em indústrias específicas devem estar cientes desses riscos e utilizar equipamentos de proteção adequados.

Etnia

A etnia pode influenciar a incidência de diferentes tipos de tumores cerebrais. Por exemplo, pessoas caucasianas tendem a ter uma maior incidência de gliomas, enquanto indivíduos de etnia negra apresentam uma maior incidência de meningiomas.

Fatores improváveis ou descartados

Alguns fatores frequentemente especulados como riscos para o câncer de cérebro não têm comprovação científica sólida. Entre eles estão o alcoolismo, tabagismo, traumatismos cranianos, exposição a campos magnéticos, uso de celular e consumo de aspartame. Estudos até o momento não demonstraram uma ligação consistente entre esses fatores e o aumento do risco de tumores cerebrais.

Fatores indeterminados

Existem fatores para os quais a relação com o câncer de cérebro ainda não está claramente estabelecida e requer mais estudos. Entre eles estão o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, infecção por varicela zoster, obesidade e exposição a exames diagnósticos com radiação, como raios-x e tomografias.

Embora alguns fatores de risco não possam ser modificados, como a genética e a idade, medidas preventivas como a proteção contra radiação e a redução da exposição a substâncias químicas perigosas podem contribuir para a diminuição da incidência dessa doença.

Data de publicação: 07/05/2014

Última atualização: 22/07/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930