Um novo estudo sugere que pacientes com câncer de mama com curta duração do sono e roncos frequentes antes do diagnóstico de câncer parecem ter piores taxas de sobrevida. A pesquisa foi publicada em um suplemento online do jornal “Sleep”.
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O grupo do estudo foi composto por cerca de 21 mil mulheres com diagnóstico de um câncer invasivo primário durante seguimento da Women’s Health Initiative (WHI). Todas as mulheres forneceram informações sobre uma série de aspectos de seu sono antes de seu diagnóstico de câncer, incluindo a quantidade de horas dormidas, se roncavam, e histórico de insônia. As análises foram ajustadas para a idade no momento da inscrição, braço do estudo, local do câncer, estado civil, renda familiar, tabagismo, atividade física e intervalo de tempo entre a coleta de dados de referência e o diagnóstico de câncer.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que dormiam seis horas ou menos por noite e roncavam com frequência tiveram mais que o dobro de chance de um prognóstico ruim em comparação com as mulheres que não apresentavam nenhum desses fatores. “Nossos resultados sugerem que a duração do sono é importante para a sobrevida em câncer de mama, especialmente em mulheres que roncam”, disse a principal autora do estudo, Amanda Phipps, professora assistente de epidemiologia na Universidade de Washington, em Seattle.
Uma descoberta semelhante foi observada para as mulheres com câncer de pulmão, embora o efeito não tenha sido tão grande como o observado em mulheres com câncer de mama. “Estudos em câncer de próstata também sugerem a mesma associação”, observa o oncologista Fernando Maluf, do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes.
Referência: Phipps, AI, et al. “Impact of Sleep Duration and Quality on Cancer Survival.” Sleep. Volume 38, 2015. – Abstract ID: 0835
https://journalsleep.org/ViewAbstractSupplement.aspx
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