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Novos parâmetros de referência da OMS ajudam os países a reduzir a ingestão de sal e evitar doenças crônicas, como o câncer

A Organização Mundial da Saúde lançou, recentemente, um novo guia com referências globais para os níveis de sódio em mais de 60 categorias de alimentos. O objetivo é que os países adotem os parâmetros atualizados para reduzir o teor de sal nos produtos alimentícios, melhorando a qualidade da dieta.

Segundo a OMS, a maioria da população mundial consome o dobro da ingestão diária recomendada de cloreto de sódio, gerando risco de doenças cardíacas, derrames e outras condições crônicas, que matam cerca de três milhões de pessoas a cada ano.

“A OMS recomenda que o consumo de sal não ultrapasse 5g por dia, quantidade que corresponde a uma colher de café. Isso representa 2g de sódio”, ressalta a nutróloga Andrea Pereira, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer. “No Brasil, o consumo é quase o dobro do recomendado: em média 9,3g por dia”, acrescenta a médica. E alerta: “diminuir o sal nos alimentos é importante porque o sódio aumenta o risco não apenas de problemas cardiovasculares, mas de outras doenças graves, como câncer”.

Para quem já tem pressão alta instalada, por exemplo, quantidades elevadas de sal comprometem o controle da hipertensão. Isso também vale para a prevenção dos tumores. O papel do açúcar na oncogênese é conhecido e o debate sobre o tema ganhou mais espaço ultimamente. Mas é necessária, também, uma atenção especial com o sódio. Ambos são ingredientes que podem causar inflamação no organismo. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o “sal, além de aumentar o risco de hipertensão arterial no futuro, modula a percepção das papilas gustativas e, com isso, as crianças desenvolvem preferências alimentares por alimentos ricos nesse produto. (SBP, 2019)

Grande parte dos alimentos industrializados são carregados de cloreto de sódio e conservantes, como produtos congelados, salgadinhos, embutidos, processados e macarrões instantâneos. Alguns estudos da União Europeia de Gastroenterologia mostram que exagerar no sal pode leva a uma maior atuação no organismo da bactéria h. pylori, fator de risco para câncer de estômago. 

As referências globais da OMS pretendem indicar aos países como reduzir progressivamente suas metas, com base em seus ambientes alimentares locais, e incentivar a indústria a reduzir o teor de sódio em alimentos processados. A expectativa é avançar em direção ao compromisso de redução de 30% na ingestão global de sal/sódio até 2025. 

Reduzir o teor de sódio por meio da reformulação de alimentos processados é uma estratégia comprovada para reduzir o consumo da substância pela população, especificamente em locais onde o consumo destes produtos já é alto ou vem aumentando rapidamente.

A Organização Mundial da Saúde reconhece o desafio, principalmente porque os “produtos alimentícios processados ​​semelhantes geralmente contêm diferentes quantidades de sódio em diferentes países”. Isso significa que são necessários esforços nacionais, regionais e globais. E, claro, dentro de casa, com escolhas corretas.

“A primeira ação é diminuir a quantidade de sal na nossa dieta diária, em alimentos que, muitas vezes, a gente nem percebe o excesso, como no arroz com feijão. A segunda sugestão é evitar deixar saleiros na mesa”, afirma a nutróloga Andrea Pereira. E, quando for temperar a salada, dar preferência ao azeite, ao limão, a ervas como a salsinha e orégano. Esses temperos vão deixar legumes e verduras mais gostosos, sem precisar do sal”, completa a médica.

Acesse o guia “WHO global sodium benchmarks for different food categories”, disponível em inglês.

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