Alterações genéticas hereditárias e histórico familiar oncológico são fatores de risco de câncer no intestino (câncer colorretal), considerados não modificáveis. No entanto, existem outros fatores passíveis de modificação e que também contribuem para o aparecimento desta doença, como a dieta, atividade física e o tabagismo. Veja quais são os principais fatores de risco:
Pólipos
Os pólipos dividem-se em dois grupos: aqueles sem e aqueles com potencial de malignidade. Os primeiros correspondem a 30% de todos os pólipos e não se transformam em câncer. Os pólipos com potencial de malignidade correspondem a 70% de todos os pólipos. Fazem parte desse grupo os pólipos adenomatosos tubulares (75% a 85%), os tubulovilosos (10% a 25%) e os vilosos (5%). Os vilosos são os mais perigosos.
Dieta
Definitivamente alguns tipos de alimento causam câncer no intestino (câncer colorretal). A ingesta de 50 gramas de carne vermelha processada (frios e embutidos) ao dia aumenta em 16% o risco de câncer colorretal. Já o consumo de 100 gramas de carne vermelha ao dia aumenta em 12% o risco. De maneira menos robusta, há associação de dieta rica em gordura e o desenvolvimento de câncer no intestino (câncer colorretal). Ou seja, muitos tipos de alimentos associados ao estilo de vida ocidental moderno, como alimentos processados e do tipo fast food têm contribuído para o crescente maior número de casos no mundo.
Obesidade
A obesidade, em especial, o ganho de peso durante a fase de adulto e meia idade está relacionada ao desenvolvimento de câncer no intestino (câncer colorretal).
Retocolite ulcerativa
É uma doença inflamatória que se instala no intestino grosso, caracterizada por surtos de diarreia, eventualmente sanguinolenta. Alguns estudos sugerem que até um em cada cinco pacientes com retocolite ulcerativa pode desenvolver câncer colorretal.
Doença de Crohn
É uma doença inflamatória que também acomete o intestino grosso e provoca sintomas semelhantes aos da retocolite ulcerativa. Portadores da doença de Crohn correm risco duas vezes maior de desenvolver câncer de cólon e de reto, risco menor do que o observado na retocolite ulcerativa.
História familiar
Pessoas que tenham um parente de primeiro grau com câncer colorretal correm risco duas vezes maior de desenvolver a doença. Cerca de um em cada cinco pacientes tem outros parentes com esse tipo de câncer. O risco é maior quando o parente é de primeiro grau, tem menos de 50 anos ou quando existem dois ou mais parentes acometidos pela doença.
Síndromes genéticas
As duas síndromes mais frequentemente associadas com o câncer no intestino (câncer colorretal) são a polipose adenomatosa familiar (FAP, sigla em inglês) e o câncer colorretal hereditário não polipose (HNPCC, sigla em inglês), também chamado de síndrome de Lynch. O risco de um portador de polipose adenomatosa familiar (causada por uma mutação no gene APC) desenvolver câncer colorretal após os 50 anos pode chegar a 100%. Felizmente, ela é rara, responsável por não mais que 1% de todos os tumores colorretais. O risco de um portador das alterações cromossômicas características das síndromes de Lynch desenvolver câncer colorretal pode chegar a 80%. Felizmente, ela também é pouco frequente, responsável por somente 3% a 4% dos tumores colorretais.
Histórico pessoal de tumores colorretais
Cerca de 2% dos que já tiveram câncer colorretal desenvolverão um novo tumor primário em outro local do intestino grosso.
Tabagismo
Embora a associação do cigarro com câncer no intestino (câncer colorretal) não seja tão conhecida, como a observada no câncer de pulmão, fumantes correm, não só maior risco de desenvolver a doença, como de morrer por câncer colorretal.
Atualização: Dr Fabio Kater – CRM 99002 Oncologista clínico – BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574 Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-DF