A análise de certas características do tumor permite avaliar seu grau de agressividade e o risco de possível recaída do câncer de bexiga, que podem ser de três tipos:
- Local: quando o tumor retorna na própria mucosa vesical, de onde havia sido retirado;
- Por continuidade: quando retorna em órgãos vizinhos (reto, próstata, útero);
O risco de recidiva pode ser estimado em função de algumas características do(s) tumor(es) primário(s), conforme descrito a seguir:
Carcinoma in situ
A presença de carcinoma in situ é fator de risco tanto para recidiva local quanto para a invasão da camada muscular e disseminação da doença.
Grau de diferenciação
No exame do tumor (peça operatória), o patologista analisa ao microscópio as características da célula maligna. Quanto mais parecida com a célula normal, mais diferenciada ela será; quanto mais distorcida for sua arquitetura, mais indiferenciada. Os tumores bem diferenciados, classificados como grau 1, costumam crescer mais lentamente e apresentar menor risco de retornar. Ao contrário, os mais indiferenciados, grau 3, são os mais agressivos. Na classificação atual, o grau 2 foi suprimido, dividindo as lesões somente em tumores bem diferenciados (grau 1) ou tumores indiferenciados (grau 3).
Invasão dos vasos sanguíneos
Ao microscópio, os tumores que invadem os vasos sanguíneos da própria parede do órgão têm maior probabilidade de recidiva.
Tipo histológico
Os carcinomas epidermóides, adenocarcinomas e carcinomas de pequenas células têm maior risco de ocasionar metástases, e respondem menos aos tratamentos, em comparação com os carcinomas de células transicionais. Nas Tabelas 2 e 3 estão descritas as características mais favoráveis dos tumores superficiais (tratados com ressecção transuretral associada ou não à instilação de agentes biológicos ou quimioterápicos dentro da bexiga por meio de uma sonda vesical) e as da doença que já infiltrou a camada muscular (tratada de forma mais radical, com remoção da bexiga ou com radioterapia). Vale lembrar que mais preocupante do que apresentar um fator de mau prognóstico é ter vários deles ao mesmo tempo. Mesmo assim, muitos tumores com diversos desses fatores desfavoráveis podem ser curados definitivamente com os tratamentos disponíveis na prática clínica.
Atualização: Dra. Ana Paula Garcia Cardoso – CRM: 116987 Oncologista Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM: DF 27574 Oncologista Clínica no Grupo Oncoclínicas, Brasília-DF