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Dermopigmentação: o ponto final para que pacientes de câncer de mama fechem o ciclo da doença

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Projeto Colorir, do Instituto Vencer o Câncer, em parceria com o Hospital Pérola Byington, completa dois anos e soma mais de 130 atendimentos gratuitos.

 

“Nada me falta”. Essa foi a sensação de ciclo encerrado que Maria Detania Cardoso Vieira do Nascimento vivenciou depois que foi concluída a dermopigmentação de sua mama. Era o encerramento de uma jornada que começou há quase uma década. Como ela sentia dores na mama, o ginecologista solicitou um ultrassom, que indicou um nódulo. Depois de fazer mamografia, Maria Detania foi encaminhada ao Hospital Pérola Byington, onde uma biópsia confirmou o câncer na mama, em janeiro de 2010. Em abril do mesmo ano retirou a mama e depois fez seis sessões de quimioterapia, de junho a setembro.

Dois anos depois, em 2012, passou pela reconstrução da mama. “A médica fez um biquinho, para não ficar liso, mas eu sentia falta de algo. Dizia que era minha bolinha”, comenta.
Maria Detania fez a dermopigmentação pelo Projeto Colorir e revela que sentiu uma grande emoção quando se olhou no espelho. “Fiquei tão emocionada na hora, que chorei. É bom para a autoestima. Foi o final de tudo; ficou tudo completo, perfeitinho. Um trabalho muito lindo, maravilhoso. Agora eu estou pronta – só preciso fazer exames de rotina. Eu costumo dizer que só lembro do câncer pela cicatriz. Mas por estar tão perfeita a prótese de silicone e a dermopigmentação, sinto-me realizada, feliz”.

Para ajudar essas mulheres a recobrarem totalmente a autoestima, o Instituto Vencer o Câncer, junto com o Hospital Pérola Byington, realiza há mais de dois anos o Projeto Colorir, que promove gratuitamente a dermopigmentação para restaurar a aréola e o mamilo das pacientes. A iniciativa soma mais de 130 dermopigmentações.

“Conseguimos grandes avanços nesses dois anos e colocamos a dermopigmentação no prontuário das pacientes”, destaca o esteticista e dermopigmentador Orlando Sanches, voluntário do Instituto Vencer o Câncer, responsável pelo trabalho desenvolvido no hospital.  “Somos agora um projeto oficial; estamos definindo todas as datas e o nosso maior desafio hoje é ter a equipe certinha trabalhando para não falhar com os agendamentos. Fazer com que o projeto cresça”.

A diretora de cirurgia plástica do Hospital Pérola Byington, Ana Claudia Buratini, esclarece que a dermopigmentação de aréolas evita que as pacientes parem a sua vida para se submeterem a mais um procedimento cirúrgico. Mas destaca que o procedimento deve ser realizado por profissionais capacitados, para não comprometer o resultado final da reconstrução.  “Em pouco mais de dois anos de projeto realizamos mais de 130 dermopigmentações de aréolas, trazendo grandes benefícios para as pacientes que aqui se sentiram seguras e confiantes para realizar tal procedimento”, avisa a médica. “Representa a etapa final da reconstrução de mama, o fechamento de um ciclo. Sentindo-se novamente completa, sem o estigma da doença, a paciente pode finalmente seguir em frente”.

 

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