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Projeto une médicos, líderes comunitários, professores e influencers para levar informação de qualidade sobre câncer de colo de útero

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Iniciativa do Instituto Vencer o Câncer sobre a vacina contra o HPV na prevenção do câncer de colo de útero

Uma escolha de saúde consciente depende de informação de qualidade, verdadeira, com bom embasamento científico. Garantir que o maior número de pessoas tenha esse nível de informação é a grande meta do projeto Unidos pela Vacina HPV e Prevenção do Câncer, realizado pelo Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil.

De 21 a 24 de fevereiro, representantes dos realizadores e da consultoria WM Conecta, responsável pela condução pedagógica do projeto, estiveram em Recife-PE, cidade escolhida para a realização do piloto da iniciativa. Nesse período foram realizadas oficinas de escuta com professores, pais, adolescentes, líderes comunitárias e agentes comunitários de saúde para entender qual a percepção sobre a relação entre HPV e câncer, especialmente o câncer de colo de útero.

“É isso que esperamos construir ao longo da jornada com os grupos com que estamos atuando”, avalia Cristina Magnabosco, uma das sócias da consultoria. “Assim as pessoas poderão tomar decisões mais compatíveis com o que acreditam – ou não – e escolher conscientemente, sabendo os riscos, vantagens e desvantagens”.

O principal objetivo da iniciativa é conscientizar as pessoas da importância da vacinação contra o HPV, difundindo a informação de que está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.  “As pessoas estarão cientes de que a vacina existe, é gratuita, protege e é importante para a erradicação do câncer de colo de útero, uma doença que causa tanto sofrimento. Ter um câncer prevenível por vacina era um sonho”.

Ponderando que existem muitas informações falsas e paradigmas relacionados à doença, ela acredita que esse trabalho de educar e informar é fundamental. Para que a ação seja bastante assertiva, uma das bases do projeto é ouvir as pessoas, em aproximação com o que possuem de conhecimentos prévios, as dúvidas e as incertezas que cercam o tema. 

“Estamos realizando oficinas de escuta com diferentes grupos envolvidos nesse projeto. Tem os adolescentes, que são alvo da vacinação, pais, professores, corpo diretivo das escolas, lideranças comunitárias, agentes comunitários de saúde, pessoas envolvidas da comunidade e do ecossistema escolar. Grupos estratégicos que elencamos para esse tema específico”, diz Cristina Magnabosco. 

“Nós trabalhamos de uma forma em que a base do projeto vai se constituindo de maneira ascendente, envolvendo as pessoas do território, especialistas, comitê gestor e outros atores sociais surgem e têm capacidade de impactar positivamente no processo. É fundamental falar sobre prevenção do câncer de colo de útero nas escolas, porque proporciona uma oportunidade ímpar para conversar com os jovens sobre saúde reprodutiva, prevenção de doenças e importância dos exames de rastreamento. Com lideranças comunitárias é a mesma coisa, mas precisamos entender o que mobiliza as pessoas, quais são as barreiras e o que promove engajamento”, diz Aniara Corrêa, também da WM Conecta.

“Escolhemos uma amostra desses públicos e vamos, junto com o apoio fundamental da equipe técnica do Instituto Vencer o Câncer e com as mobilizações do Grupo Mulheres do Brasil, conversar com grupos focais, escutá-los e a partir daí avançaremos para as outras etapas, que são as abordagens nos ecossistemas das escolas selecionadas, contando com a adesão dos adolescentes que participaram dos grupos”, pontua Cristina Magnabosco.

“Esse processo é um caminho para ficarmos mais próximos e entender porque uma doença que era tão estigmatizada, como o câncer, e que agora tem uma vacina que pode prevenir vários tipos de tumores e mesmo assim não há tanta adesão. A escuta é fundamental para termos uma visão que realmente modifique essa realidade. Queremos compreender o motivo a partir das pessoas que vivenciam esse cotidiano, entender os mitos, as dúvidas e aumentar a cobertura dessa vacina tão importante que é disponibilizada pelo SUS”

Cristina Magnabosco, WM Conecta

Especialistas, influencers e professores para transmitir a mensagem

Uma das ações diferenciais do projeto é contar também com influencers para levar a mensagem aos jovens. Cristina destaca que essa medida é estratégica, já que a nova geração tem grande adesão aos influencers e também a outras pessoas que se destacam nas redes sociais, para gerar mais conexão. O envolvimento dos professores no processo é outro ponto chave.

“Os influencers estarão junto conosco, participando de vídeos curtos. Teremos ainda os especialistas”, afirma. Eles vão abordar as perguntas com as dúvidas dos jovens e os adultos. “Temos que fazer um processo que inclua as pessoas, que atualmente não são agentes passivos de comunicação. A informação precisa de movimento e essa é uma das nossas linhas de comunicação”.

“No caso da oficina de escuta com agentes de saúde e lideranças comunitárias femininas, entendemos que escutá-los poderá trazer subsídios para o projeto se comunicar melhor com outras mulheres e lideranças do território, para que a mobilização seja efetiva e reflita na melhora dos indicadores de saúde”, diz Aniara Corrêa.

Todo material é customizado para cada atividade, adaptado de acordo com a cidade em que serão realizadas as atividades, o público, a realidade local. Cristina Magnabosco conta que apesar do conteúdo técnico ser o mesmo, há uma preocupação constante para que o material mantenha essa ludicidade aliada à questão técnica e pedagógica. A meta, revela, é alinhar com os jovens, oferecendo os motivos certos para fazer a coisa certa.

O projeto é realizado através de um processo educacional, uma trilha que será percorrida durante todo o ano letivo. Para a WM Conecta, não tem como falar do assunto apenas uma vez; é preciso abordar diversas vezes ao longo do tempo, mas de formas diferentes para atingir o maior número de pessoas possível. 

“A proposta é que o processo vá em uma espiral, escalonando, até conseguirmos que as pessoas vão às unidades para serem vacinadas. Queremos que os grupos consigam, a partir dessa visão conjunta, serem mais fortes e criarem uma grande corrente que chegue até o objetivo maior de todos nós, que é o aumento da cobertura vacinal”, conclui Cristina Magnabosco.

O projeto

O projeto Unidos pela Vacina HPV e Prevenção do Câncer conta com um comitê gestor, que é formado por representantes do Instituto Vencer o Câncer e do Grupo Mulheres do Brasil, e um comitê técnico-pedagógico, com uma equipe interdisciplinar responsável pela elaboração dos materiais e aulas técnicas.

Estão no grupo os médicos Ailma Larre, Renato Kfouri, Luís Fernando Correra e Andréa Gonçalves; a diretora do Instituto Vencer o Câncer, Ana Maria Drummond; a consultora de Advocacy Celina Rosa Martins; a coordenadora do Projeto Útero é Vida (PE), Letícia Katz; a representante do Núcleo Recife e São Paulo do Grupo Mulheres do Brasil, Roseana Faneco Amorim e Viviane Gomes; a enfermeira obstetra do Ceará, Herla Furtado; e Aniara Corrêa, Aline Pedrazzi, Cristina Magnabosco e Lucia Chibante, representantes da WM Conecta.

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