back to top

Câncer de estômago | Diagnóstico

O principal exame para o diagnóstico do câncer de estômago é a endoscopia digestiva alta, seguida de biópsia e exame anatomopatológico. Mas outros exames também são importantes para avaliar a extensão do tumor.

Endoscopia digestiva alta

A endoscopia digestiva alta é um procedimento essencial no diagnóstico do câncer de estômago. Durante este exame, um endoscópio, que é um tubo flexível com uma câmera na ponta, é inserido pela boca e passado pelo esôfago até o estômago e o duodeno.

Este procedimento permite a visualização direta da mucosa gástrica, possibilitando a identificação de lesões suspeitas, como úlceras, massas ou áreas de inflamação. A endoscopia digestiva alta não só facilita a detecção precoce de anormalidades, mas também permite a realização de intervenções terapêuticas, como a remoção de pólipos ou a coagulação de vasos sanguíneos, se necessário.

Biópsia

Quando a endoscopia digestiva alta revela lesões suspeitas, o próximo passo é a realização de uma biópsia. Durante a endoscopia, pequenas amostras de tecido são coletadas das áreas anormais usando instrumentos especiais.

A biópsia é crucial porque fornece material para análise microscópica, permitindo a avaliação detalhada das células e tecidos. A coleta de múltiplas amostras de diferentes áreas do estômago pode aumentar a precisão do diagnóstico.

A biópsia é um procedimento relativamente seguro e é essencial para confirmar a presença de câncer, bem como para determinar o tipo histológico do tumor.

Exame anatomopatológico

O exame anatomopatológico é o processo pelo qual as amostras de tecido coletadas durante a biópsia são analisadas em laboratório. Um patologista examina as amostras ao microscópio para identificar células cancerígenas e determinar suas características.

Este exame é fundamental para confirmar o diagnóstico de câncer de estômago e para fornecer informações detalhadas sobre o tipo e a agressividade do tumor.

O exame anatomopatológico também pode revelar a presença de marcadores moleculares específicos, que podem influenciar as opções de tratamento. A precisão deste exame é crucial para o planejamento terapêutico e para a previsão do prognóstico do paciente.

Ultrassonografia endoscópica

A ultrassonografia endoscópica (USE) combina a endoscopia tradicional com a ultrassonografia, permitindo uma visualização detalhada da mucosa gástrica e das camadas da parede do estômago.

Durante o procedimento, um endoscópio equipado com um transdutor de ultrassom é inserido no trato gastrointestinal, proporcionando imagens de alta resolução das estruturas internas. A USE é particularmente útil para avaliar a profundidade da infiltração tumoral e a extensão local do câncer.

Além disso, permite a biópsia de linfonodos e outras estruturas próximas ao estômago, ajudando a determinar a presença de metástases regionais. Essa técnica é essencial para o estadiamento preciso do câncer de estômago e para a tomada de decisões terapêuticas.

Tomografia Computadorizada (TC)

A tomografia computadorizada (TC) é uma ferramenta fundamental no diagnóstico e estadiamento do câncer de estômago. Utilizando raios-X para criar imagens detalhadas em cortes transversais, a TC oferece uma visão abrangente da anatomia interna do paciente.

Este exame é particularmente eficaz na identificação de linfonodos afetados e na detecção de metástases em órgãos distantes, como fígado e pulmões. A TC também permite avaliar a extensão do tumor primário e sua relação com estruturas adjacentes.

A administração de contraste intravenoso durante o exame melhora a visualização das lesões e a diferenciação entre tecidos normais e patológicos. A informação obtida através da TC é crucial para o planejamento cirúrgico e para a escolha das terapias adjuvantes mais adequadas.

Ressonância Magnética (RM)

A ressonância magnética (RM) utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas das estruturas internas do corpo. Embora seja menos utilizada do que a TC no diagnóstico do câncer de estômago, a RM pode fornecer informações valiosas sobre a extensão do tumor e a invasão de estruturas adjacentes.

A RM é especialmente útil em casos selecionados, como na avaliação de tumores que envolvem a junção gastroesofágica ou quando há necessidade de uma avaliação mais precisa das margens tumorais.

Além disso, a RM pode ser preferida em pacientes que não podem ser expostos à radiação ionizante. A capacidade da RM de diferenciar entre diferentes tipos de tecidos moles a torna uma ferramenta complementar importante no estadiamento do câncer gástrico.


Atualização: Dr. Lucas Vieira dos Santos – CRM: 115.834 Oncologista Clínico na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574 Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-DF

Artigo publicado em: 09 de maio de 2014
Artigo atualizado em: 23 de julho de 2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930