Apenas entre 2008 e 2012, a mortalidade por câncer cresceu 8%. Foram 8,2 milhões de mortes nesse último ano. Embora o avanço da medicina tenha contribuído para que esses números cresçam cada vez menos, a melhor forma de prevenir o aparecimento dessa doença está ao alcance de qualquer um e é conhecida há bastante tempo: mudar hábitos.
Na oncologia, a prevenção pode ser dividida entre dois níveis:
- Primário: no período anterior à doença, em que o indivíduo se protege contra riscos e danos;
- Secundário: em que grupos de risco são rastreados e fazem mais exames médicos do que os demais, já que cada câncer tem uma população de risco específica, que varia de acordo com a idade, o sexo e fatores de risco ao qual ela está exposta.
Prevenção primária contra câncer
O Inca (Instituto Nacional do Câncer) considera como principais fatores de risco para o câncer: tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares, radiações provenientes do sol, uso de medicamentos que podem ter efeito carcinogênico, uso de hormônios e fatores reprodutivos, contato com os agentes infecciosos e parasitários e a poluição do ambiente geral.
Pensando na prevenção primária, a doutora Ana Paula Garcia Cardoso, oncologista do hospital Israelista Albert Einstein, destaca três medidas básicas para a prevenção da maioria dos cânceres:
- Parar de fumar;
- Iniciar uma atividade física de pelo menos 150 minutos por semana;
- Eliminar a obesidade, principalmente nas mulheres (a cirurgia bariátrica está associada a 60% dos casos de redução de morte por câncer em seis anos).
A doutora explica que é na população que ainda apresenta esses fatores de risco que devem ser realizados exames no intuito de diagnosticar rápido a doença e diminuir não apenas a mortalidade, mas também a morbidade no tratamento. “Quanto mais avançado o câncer está, maior a chance de ele não ter cura. Mais agressivo será o tratamento e mais sequelas a pessoa poderá ter, o que aumenta a morbidade”.
Os câncer altamente preveníveis
Ainda segundo Ana Paula, há cinco cânceres que são os, mas diagnosticados na população e que são altamente preveníveis, seja porque os exames os detectam facilmente, seja porque têm um lento desenvolvimento: de mama, de próstata, de pulmão, de intestino e de colo de útero.
Outro ponto que as pessoas devem considerar quando o assunto é prevenção é a pesquisa na internet. Muitos pacientes apenas leem sobre certos sintomas que estão sentindo no momento e logo se desesperam pensando que estão com uma doença mais séria. O doutor Rogério Jorge Castro, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, faz o alerta: “a pesquisa na internet nem sempre acontece em locais adequados e atualizados. A própria pessoa pode não conseguir fazer a interpretação correta, logo, o melhor é ouvir a opinião do profissional e tentar esclarecer todas as dúvidas sobre o seu diagnóstico, estádio e procurar um planejamento terapêutico adequado”.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.