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Pacientes começam a se beneficiar de tratamentos no centro de pesquisa de Campo Grande (MS)

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A Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica segue fortalecendo sua missão de levar estudos a diversas regiões do país, com a criação de centros de pesquisa, e oferecer novas oportunidades de tratamentos a pacientes, como está acontecendo em Campo Grande (MS). Cristina Anjos Sampaio, oncologista na clínica Prognóstica, centro de pesquisa Onconeo, comemora os avanços.

As primeiras pacientes do primeiro estudo intervencionista desenvolvido na unidade – a pesquisa OVELIA já estão recebendo medicação e o centro foi selecionado para participar do seu segundo estudo intervencionista. As iniciativas beneficiam pacientes oncológicos com medicamentos de ponta aos quais eles não teriam acesso. “Aos poucos temos recebido muitos feasibilities (estudos de viabilidade), é um voto de confiança para que possamos colocar o centro na capacidade de funcionamento que ele tem”, avalia a oncologista.

Câncer de mama em fase inicial

O primeiro estudo intervencionista no centro de pesquisa de Campo Grande é voltado a avaliar a supressão ovariana de pacientes de câncer de mama em estágio inicial pré-menopausa – que ainda menstruam e não tenham supressão do ovário.  “Temos uma paciente que recebeu a primeira aplicação em março, outra que em breve deve começar, e três que estão fazendo quimioterapia e depois farão o tratamento da pesquisa”, avisa Cristina Sampaio. “Nesse estudo, a paciente deve fazer toda a quimioterapia antes, é realizado o screening e ela recebe então a medicação da pesquisa, hormonioterapia”.

Imagem mostra: Paciente Juliane citada no relato abaixo da foto.

As participantes são acompanhadas periodicamente com exames laboratoriais. É exatamente esse o processo do qual Juliane Paim, 48 anos, está participando. Em novembro de 2023, durante seus exames de rotina, descobriu um nódulo, que por ser pequeno não apareceu na mamografia, mas foi detectado na ultrassonografia

“Foi tudo muito rápido”, conta a paciente, que fez punção no dia 4 de dezembro e teve o diagnóstico do câncer de mama. “Precisava mais 15 dias para ver que tipo de câncer era. Veio o resultado, câncer grau 2, teria que ser feita a remoção do nódulo, do quadrante”.

Juliane Paim passou pela cirurgia no dia 16 de janeiro. “Com a indicação do tipo de tratamento a ser feito, entrei no programa de pesquisa, pelo fato de eu estar na pré-menopausa. Fiz 15 sessões de radioterapia, vou fazer o bloqueio do ovário e tomar o medicamento por cinco anos”. Ela lembra que já na primeira consulta a oncologista comentou sobre a possibilidade de entrar no estudo.

“Eu estarei assistida de forma diferente, mais tranquila, porque o câncer pode reincidir. O programa me ajudou a me estabilizar, ter certeza de que estou sendo muito bem cuidada”, afirma, recordando que teve problema no início do tratamento com radioterapia, com um aumento atípico do volume da mama, e recebeu um importante suporte de toda a equipe, ainda mais reforçado por estar participando da pesquisa.

Considera uma importante oportunidade tanto para seu tratamento quanto por saber que ao participar do estudo ajudará outras mulheres. “Participar da pesquisa faz com que eu ajude outras pessoas também. Traz ainda mais esperança, por receber esse cuidado especial, com uma base sólida de conhecimento científico ao meu dispor”.

Ela revela que só pode participar do estudo porque tem essa unidade em Campo Grande – caso contrário, não teria como receber o medicamento. “Se não tivesse aqui, eu não participaria, talvez eu nem soubesse. Eu nem imaginava”.

A experiência da paciente reforça a importância da criação de diversos centros de pesquisas espalhados pelos estados brasileiros, como é o objetivo da Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica”, afirma a diretora do Instituto Vencer o Câncer, Ana Maria Drummond.

Câncer de pulmão

O segundo estudo intervencionista, que está em fase de firmar contrato e tem previsão para começar em junho, é voltado a pacientes de câncer de pulmão que já fizeram um primeiro tratamento com quimioterapia e tem mutação KRAS=G12C. “Esse é o primeiro estudo de fase 3 desse tipo específico. Foi realizado um estudo de fase 2, mas não teve participação de nenhum brasileiro. Esse medicamento aumenta a chance de cura do paciente”, avisa a oncologista Cristina Anjos Sampaio. “A pesquisa é voltada a uma doença relativamente rara. Temos um paciente que irá participar, ele está em seguimento fazendo tratamento de primeira linha e tem essa mutação. A meta do nosso centro é colocar dois pacientes – serão ao todo 18 no Brasil”.

 

Ela afirma que espera, com esse trabalho, oferecer um bom tratamento padrão para os pacientes. “Essas medicações são de difícil manejo, que têm bastante efeito colateral e por isso precisamos acompanhar de perto”.

Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica

Aumentar a capilaridade dos Centros de Pesquisa Clínica no Brasil nos hospitais do SUS e filantrópicos, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões marcadas pela desigualdade no acesso à saúde, é missão do Instituto Vencer o Câncer. 

O programa tem como objetivo estruturar novos centros de pesquisa no país e aumentar o acesso dos brasileiros a protocolos de estudos em tratamentos inovadores. Até o final do ano, seremos 20 Centros de Pesquisa que transformarão o acesso à saúde, por meio do avanço científico.

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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