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Câncer de pulmão | Tratamento

O Câncer de Pulmão é dividido em dois grandes grupos, o câncer de pulmão de pequenas células e o de não pequenas células com características biológicas e tratamentos diferentes, motivo pelo qual ambos serão abordados separadamente.

 

Doença limitada

Nesses casos o tratamento consiste em quimioterapia em combinação com radioterapia no tórax. Em geral, a radioterapia é feita no início da quimioterapia (preferencialmente nos primeiros 30 dias do início da QT). Após o término da quimioterapia, geralmente 4 ciclos, os pacientes que tiveram resposta parcial ou completa recebem radioterapia cerebral, chamada radioterapia profilática do crânio, também conhecida como PCI. Essa radioterapia é administrada para reduzir a incidência de metástases cerebrais, com impacto em sobrevida. Como o câncer limitado é potencialmente curável, estão indicados tratamentos mais agressivos.

Doença extensa

Nesses casos, a cura é muito difícil e o paciente deve ser tratado para controle da doença e melhora da qualidade de vida. Ao contrário do que ocorre com a doença limitada, a radioterapia não é usada conjuntamente com a quimioterapia; em geral, utiliza-se a quimioterapia e mais recentemente, a combinação de quimioterapia e imunoterapia. Normalmente, o paciente recebe de quatro a seis ciclos de quimioterapia associada a imunoterapia e depois permanece com imunoterapia de manutenção. Ao término da quimioterapia, nos pacientes que tiveram resposta parcial ou completa e não desenvolveram doença no sistema nervoso central, pode-se considerar a radioterapia para o tórax uma vez que essa estratégia reduz o risco de recorrência nesse órgão e aumenta a sobrevida nesse grupo de pacientes. Não recomendamos radioterapia profilática do crânio quando trata-se de doença extensa apenas recomendamos seguimento com RNM de crânio de três em três meses. Alguns pacientes podem apresentar comprometimento do cérebro no momento do diagnóstico. Nesses casos, pode-se iniciar o tratamento com quimioterapia (que também auxilia na diminuição das metástases cerebrais) e depois administrar radioterapia para melhor controlar a doença do cérebro.

Nesses estágios, a cirurgia é a principal parte do tratamento, sendo a melhor oportunidade para sobrevida e cura a longo prazo. Nos últimos anos, graças ao avanço das técnicas cirúrgicas e cuidados pós-operatórios, pacientes que tinham indicação de cirurgia, porém eram considerados inoperáveis devido as suas comorbidades clínicas, hoje são candidatos à cirurgia o que lhes permite um melhor prognóstico. Pacientes nos estágios I e II devem ser submetidos a ressecção cirúrgica completa, sempre que possível. Os pacientes no estágio II devem receber quimioterapia adjuvante, ou seja, pós-operatória, uma vez que esse tratamento aumenta a sobrevida desses pacientes. Mais recentemente, além da quimioterapia, uma população específica de pacientes pode se beneficiar de terapia alvo ou imunoterapia pós-operatória, pois estas demonstraram uma redução do risco da recorrência do câncer de pulmão. Para utilizar esse tratamento pós-operatório o oncologista deve solicitar um exame no tumor para identificação de uma mutação, caso ela venha positiva existe a indicação de terapia alvo por 3 anos. Caso ela seja negativa, deve-se realizar a pesquisa de uma proteína no tumor que, quando expressa, podemos recomendar imunoterapia por 1 ano, após a realização de quimioterapia. Importante ressaltar que todo o tratamento do câncer de pulmão deve ser feito de forma multidisciplinar, particular atenção aos pacientes que se enquadram no estágio III, pois trata-se de um subgrupo heterogêneo, onde alguns pacientes irão se beneficiar de tratamento cirúrgico associado a quimioterapia que pode ser pré ou pós-operatório, seguido de imunoterapia ou terapia alvo, e pacientes que não se beneficiam de tratamento cirúrgico e para os quais o melhor tratamento é com quimioterapia associado a radioterapia seguido de imunoterapia de consolidação por 1 ano.

Tratamento do Câncer de Pulmão
Apresentação esquemática das várias situações clínicas que incluem os estádios I a III e as modalidades de tratamento a serem adotadas.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para os estádios IIA e IIB.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para os estádios IIA e IIB com linfonodos comprometidos.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIB com linfonodos não comprometidos.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIB com linfonodos não comprometidos.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIIA.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIIA (* veja a tabela inicial para descrição das características dos T).

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIIB.

Modalidades de tratamento a serem adotadas para o estádio IIIB. 

https://youtu.be/gHAwLislHqc

 

Neste estágio, se encaixam os pacientes com câncer de pulmão metastático, ou seja, aqueles que tem doença em outros órgãos além do pulmão. A principal finalidade do tratamento nessa fase é controlar a doença, mantendo a melhor qualidade de vida possível. Pacientes com doença avançada devem ser acompanhados por equipe multidisciplinar e multiprofissional para avaliação e monitoramento dos sintomas causados pela doença e também, os que são causados pela toxicidade dos tratamentos. Um estudo publicado em 2010, mostrou que pacientes com câncer de pulmão metastático avançado, que são encaminhados aos Cuidados Paliativos, logo no início do diagnóstico, e mantém acompanhamento conjunto com a oncologia clínica e equipe multiprofissional tiveram aumento na sobrevida. Há três grandes opções de tratamento sistêmico, isto é, aquele tratamento que atinge as células cancerosas pela via sanguínea:

  • Terapia-alvo
  • Quimioterapia
  • Imunoterapia

Antes de iniciar o tratamento sistêmico, o oncologista irá solicitar exames que procuram verificar se estão presentes no tumor mutações específicas que permitem o uso de medicamentos mais direcionados, a chamada terapia-alvo.

Como algumas dessas mutações funcionam como geradores independentes que ativam a proliferação das células cancerosas, seu bloqueio por meio da terapia-alvo tem por objetivo eliminar o maior número possível dessas células.

Os exames que avaliam essas mutações são realizados em laboratórios de patologia especializados. As mutações mais importantes que interessam ao oncologista, devem ser pesquisadas em todos os tumores do subtipo adenocarcinoma e em alguns casos no subtipo escamoso principalmente, nos pacientes que nunca fumaram.

Em pacientes selecionados, a quimioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia podem prolongar a sobrevida sem sacrificar a qualidade de vida.

 

Locais mais comuns de metástases do câncer de pulmão
Esquema que mostra os locais mais comuns de metástases do câncer de pulmão de células não pequenas e as modalidades de tratamentos disponíveis.

Atualização: Dra. Suellen Nastri Castro – CRM 151.417
Oncologista clínica – BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574
Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-DF
Março 2022

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