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Cirurgia oncológica

A cirurgia oncológica é um dos pilares fundamentais no tratamento do câncer, sendo considerada uma das formas mais antigas e eficazes de combater a doença. Este procedimento consiste na remoção cirúrgica do tumor e, em alguns casos, dos tecidos circundantes afetados, visando eliminar as células cancerígenas do corpo do paciente.

Objetivos da cirurgia oncológica

A cirurgia oncológica pode ter diferentes finalidades, dependendo do estágio da doença e das condições do paciente:

  1. Curativa: Quando o objetivo é remover completamente o tumor, visando a cura do paciente. Isso é mais comum em estágios iniciais da doença.
  2. Paliativa: Realizada para aliviar sintomas ou complicações causadas pelo tumor, melhorando a qualidade de vida do paciente, mesmo quando a cura não é possível.
  3. Citorredutora: Visa reduzir o tamanho do tumor para facilitar o tratamento com outras modalidades, como quimioterapia ou radioterapia.
  4. Diagnóstica: Inclui biópsias para confirmar o diagnóstico e determinar o tipo e estágio do câncer.
  5. Reconstrutiva: Realizada para restaurar a aparência ou função de uma parte do corpo após a remoção do tumor.
  6. Preventiva: Em alguns casos, para remover tecidos com alto risco de se tornarem cancerosos.

Tipos de procedimentos

As técnicas cirúrgicas em oncologia têm evoluído significativamente, incluindo:

  1. Cirurgia aberta tradicional: Ainda amplamente utilizada, envolve uma incisão maior para acessar o tumor.
  2. Cirurgia minimamente invasiva: Inclui laparoscopia e cirurgia robótica, utilizando pequenas incisões e câmeras, resultando em menor trauma e recuperação mais rápida.
  3. Cirurgia guiada por imagem: Utiliza técnicas de imagem avançadas para maior precisão durante o procedimento.
  4. Criocirurgia: Usa frio extremo para destruir células cancerígenas.
  5. Cirurgia a laser: Emprega feixes de luz intensa para remover ou destruir tecidos cancerosos.

Planejamento e execução

O planejamento da cirurgia oncológica é um processo meticuloso que envolve:

  1. Avaliação detalhada do paciente, incluindo estado geral de saúde e extensão da doença.
  2. Discussão multidisciplinar com oncologistas, radiologistas e outros especialistas.
  3. Consideração de terapias neoadjuvantes (pré-cirúrgicas) para reduzir o tamanho do tumor.
  4. Planejamento da extensão da cirurgia, incluindo margens de segurança.

Durante a cirurgia, o cirurgião oncológico busca remover todo o tecido canceroso visível, muitas vezes com uma margem de tecido saudável ao redor. Em alguns casos, também são removidos linfonodos próximos para verificar a disseminação do câncer.

Pós-operatório e acompanhamento

Após a cirurgia, o paciente passa por um período de recuperação, cuja duração varia conforme a extensão do procedimento. O acompanhamento pós-operatório é crucial e pode incluir:

  1. Análise patológica do tecido removido para confirmar a extensão da doença.
  2. Terapias adjuvantes (pós-cirúrgicas) como quimioterapia ou radioterapia, se necessário.
  3. Monitoramento regular para detectar possíveis recorrências.
  4. Cuidados de reabilitação e suporte psicológico.

Desafios e considerações

A cirurgia oncológica apresenta desafios únicos, incluindo:

  1. Balancear a remoção completa do tumor com a preservação da função e estética.
  2. Lidar com possíveis complicações pós-operatórias.
  3. Considerar o impacto na qualidade de vida do paciente.
  4. Adaptar-se às particularidades de cada tipo de câncer e localização do tumor.

Conclusão

A cirurgia oncológica continua sendo um componente vital no tratamento do câncer. Com os avanços tecnológicos e o aprimoramento das técnicas cirúrgicas, os procedimentos estão se tornando cada vez mais precisos e menos invasivos. A abordagem multidisciplinar, combinando cirurgia com outras modalidades de tratamento, oferece as melhores chances de sucesso no combate ao câncer, visando não apenas a cura, mas também a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Artigo publicado em: 05 de setembro de 2014
Artigo atualizado em: 11 de julho de 2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930